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Papa Francisco e Marielle são heróis da década!

Saturnino celebra seu 500º Correio
publicado 11/03/2019
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Papa Francisco recebe camiseta com a foto de Marielle das mãos de Marinette Silva, mãe da vereadora, 2/VIII/2018 (Reprodução)

O Conversa Afiada reproduz a 500a edição do Correio Saturnino, do ex-senador Roberto Saturnino Braga:

O Quingentésimo Correio


Encerrei em 2007 o meu terceiro e último mandato de senador. Tinha começado em 62, eram 45 anos de vida política. De luta pela Democracia, de luta contra as desigualdades que ferem e magoam nosso povo, de luta contra o imperialismo que atrasa nosso desenvolvimento e golpeia nossas instituições.

Encerrei a luta direta mas não queria e não podia encerrar a luta. Decidi e criei outra trincheira: a da palavra escrita. Escrevi livros, artigos para jornais e revistas, e-mails para amigos e, a partir de 2008, achei que devia sistematizar esta participação e redigi um Correio Saturnino a cada semana. O tema era político quase sempre, cultural muitas vezes, pessoal e afetivo algumas vezes. Para uns trezentos amigos no início; para uns quinhentos hoje. Que frequentemente reenviam e multiplicam minhas palavras.

Com sentimento nostálgico, recolho os títulos de alguns dos Correios de 2008 e 2009, de 10 anos atrás: Ética e Eficácia; Utopia e Barbárie; O Senado como Instituição; a ONU - Última Esperança; três artigos sobre Ética e Política; a Guerra de 60 anos (Israel e Palestina); O Encanto da Palavra; O Filme de Lula; O Filme de Mandela; O Uruguai; Cuba; A Sabedoria de Tancredo; A Verdade sobre João Goulart; Os 80 anos de Maria da Conceição; Raphael Almeida Magalhães; José Alencar Gomes da Silva; O Policial Beltrame, A Nave Celso Furtado, Dialogando com Tariq Ali; O Comovente Caso Rosemberg; cada título me recorda o prazer que tive ao escrevê-los.

Por todo este empenho de mais de dez anos, aguardei este momento do Correio 500 para escrever sobre um tema especialíssimo, de oportunidade, de interesse e de grandeza compatíveis com o coroamento de um esforço e de uma persistência que me orgulham bem no fundo.

Pois o momento chegou e o tema não brilhou no horizonte. O Carnaval passou, pelejei, pelejei, dormi e acordei, pensando e buscando,

E Nada.

O clima do Brasil, nestes três meses de 2019, o clima político e cultural é um clima de nada: Um clima de pequenez, de disparates, de mesquinharia, de incompetência, de estultícia, um clima totalmente estéril, um clima de NADA.

Decididamente, nunca vi nada parecido em 88 anos de vida no Brasil: um clima que não é nosso. Nada daquela inteligência versátil brasileira, pronta à conversa e à discussão, ao debate fecundo eivado de humor.

Nada.

fazer?

Como encontrar um tom elevado no clima de baixaria?

Pensei então em reverenciar heróis do momento: Marielle Franco e Anderson Gomes, covardemente assassinados por criminosos certamente já identificados, cujos nomes não podem ser revelados pela proximidade que têm com o poder maior.

Lula, Luiz Inácio da Silva, o líder maior do povo e da Nação Brasileira, o Presidente trabalhador que enfrentou honestamente, e positivamente, o MAIOR PROBLEMA DO BRASIL, que é a gigantesca, imoral e inaceitável desigualdade estrutural entre brasileiros pobres e brasileiros ricos, e que está preso para não ser novamente eleito presidente pelo voto popular.

Dilma Rousseff, a presidenta eleita e deposta pelo golpe, porque afrontou a potência do norte, com a decisão de Fortaleza de criar o Banco dos BRICS e o Fundo de financiamento aos subdesenvolvidos, além de dar continuidade à política de Lula de liderar a América do Sul, com a UNASUL, num movimento de conquista de verdadeira autonomia, e de dar à Petrobras a exploração do petróleo do Pré-sal descoberto por ela.

Frei Beto, o mais sábio dos brasileiros que conheço.

O Senador Bernie Sanders que lidera o crescente movimento de um antes impensável Partido Socialista nos Estados Unidos da América.

O jornalista australiano Julien Assange, exilado há anos na embaixada do Equador em Londres, que continua revelando decisões sujas e secretas (por isto mesmo) dos governos das grandes potências.

E o líder maior, na minha visão e na minha devoção, o Papa Francisco, argentino, sulamericano que, com sabedoria e prudência, vai reformando em profundidade a Igreja Católica e o Vaticano, e falando pela paz ao mundo insano, exercendo a liderança mais profunda e respeitada em todo o nosso belo e agredido planeta.

Amanhã pensarei no 501.

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