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Globo: Odebrecht subornou Alckmin, Skaf e Paulinho

Pagamentos eram em dinheiro vivo
publicado 18/03/2019
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Créditos: Laerte Coutinho

Do Globo Overseas:

Gravações de doleiro indicam propina em dinheiro


O doleiro e delator da Lava-Jato Álvaro José Novis entregou à Justiça um acervo de 750 mil gravações. São ligações gravadas durante oito anos nos ramais da sua empresa, a corretora Hoya, usada pela Odebrecht e pela Fetranspor para pagar propina a políticos e partidos.

Uma cervo de 750 mil da corretora devalores Hoya, respon sável por entregas de propina para a Odebrecht e para a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do R iode Janeiro(Fe transpor ), poderá ajudara comprovar pagamentos em dinheiro vivo para operadores de PT, PSDB, MDB e diversos outros partidos implicados na Lava-Jato.

O material, obtido pelo GLOBO, revela detalhes da complexa sistemática de pagamentos indevidos apolíticos: de segunda a sexta, aO debrecht trans mi tiaà corretora Hoya uma relação com endereços para entrega de dinheiro, nome do recebedor e a senha correspondente. Funcionários de transportadoras de valores eram acionados pela Hoya para proceder com os pagamentos, sempre informando a ocorrência de problemas ou situações atípicas.

Os áudios foram entregues à Polícia Federal pelo doleiro Álvaro José Novis, dono da Hoya, em seu acordo de delação premiada, e estão sendo analisados pelos peritos para servir de prova em dezenas de investigações em andamento na Lava-Jato. Até o momento, poucas gravações tinham vindo a público.

Os telefonemas dos terminais da corretora Hoya eram gravados automaticamente pelo sistema da empresa, por causa de uma regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). São 754.291 gravações de conversas telefônicas entre 2010 e 2018, que captaram tanto a satividades lícitas como as ilícitas. Neste último caso, as provas mais volumosas e mais fortes são do ano eleitoral de 2014, quando a Odebrecht e a Fetranspor turbinaram as entregas de dinheiros para políticos.

Operador do PT, William Ali Chaim, é um dos que mais aparecem nos registros telefônicos. Ele conversou 76 vezes por telefone, entre 2014 e 2015, com Márcio José Freira do Amaral, o funcionário da Hoya responsável pelos pagamentos. Cabia a Chaim receber repasses de caixa dois da Odebrecht destinados aos serviços do marqueteiro João Santana na campanha de Dilma Rousseff em 2014. Ele foi preso na 56ª fase da Lava-Jato, deflagrada no fim do ano passado.

Márcio é o principal protagonista das ligações sobre entregas de dinheiro. Também há registros para um ex-funcionário do governo de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDBSP), Eduardo Castro; telefonemas para Altair Alves Pinto, apontado como recebedor de propina de Eduardo Cunha (MDB-RJ); ligações para um assessor do deputado Paulinho da Força (SDSP); e contatos com um recebedor do caixa dois da campanha de Paulo Skaf (MDB-SP), dentre outras.

Os registros de áudio complementam a delação premiada da Odebrecht. Confirmam horários, codinomes e repasses previstos nos sistemas internos de propinas da empreiteira, o Drousys e o MyWebDay.

A Fetranspor, apesar de não ter feito institucionalmente um acordo de delação, também já teve ex-integrantes que confirmaram a sistemática de pagamentos de propina a agentes públicos. (...)

Em tempo: Alckmin é o Santo da Odebrecht e Paulinho é o Pauzinho do Dantas - PHA

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