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Cuba rebate Bolsonaro: médicos chamados de "terroristas" atenderam 113 milhões de brasileiros

"Mais de 700 municípios tiveram um médico pela 1ª vez em sua história”
publicado 09/01/2020
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(Crédito: Araquém Alcántara)

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba rebateu nesta quinta-feira 9/I as ofensas de Jair Bolsonaro sobre os médicos cubanos que fizeram parte do programa Mais Médicos no Brasil.

Na última segunda-feira, Bolsonaro disse que entre os médicos cubanos havia "um montão de terroristas".

O texto do governo cubano lembra que “estes médicos atenderam 113.359 milhões de pacientes em mais de 3.600 municípios e concederam cobertura médica permanente a 60 milhões de brasileiros”. O texto diz também que Bolsonaro manipula a “nobreza dos nossos profissionais em um programa como o Mais Médicos, destinado a famílias de baixa renda que estavam desprotegidas por causa da decisão irresponsável de seu presidente”.

Leia a tradução da nota:

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acusou de terroristas os médicos cubanos que participaram em seu país entre 2013 e 2018, do Programa Mais Médicos. Segundo dados fornecidos pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba, estes médicos atenderam 113.359 milhões de pacientes em mais de 3.600 municípios e concederam cobertura médica permanente a 60 milhões de brasileiros como parte do programa Mais Médicos, materializado em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde.

Falando a repórteres segunda-feira sobre a situação entre o Irã e os Estados Unidos, Bolsonaro não só justifica o assassinato do general Qasem Soleimani, ordenado por seu aliado político Donald Trump, como também catalogou como terroristas membros do Partido dos Trabalhadores, o PT, que, segundo ele, “invadiu o governo por 14 anos”, diz o Sputnik News.

Sobre os profissionais cubanos da saúde, em meio a sua euforia difamatória contra todos aqueles cujas ideias e princípios não compartilha, Bolsonaro afirmou que eles estavam “conspirando nos lugares mais pobres”, e chamou a todos de “esquerdalha” que aproveita de “pessoas mais pobres e desinformados para vender a sua política”, manipulando assim a nobreza dos nossos profissionais em um programa como o Mais Médicos, destinado a famílias de baixa renda que estavam desprotegidas por causa da decisão irresponsável de seu presidente.

O jornal brasileiro O Globo, no mesmo dia em que Bolsonaro deu a entrevista, disse que não há evidências de que médicos cubanos estejam envolvidos em atividades terroristas e lembra que a definição de ato terrorista é o ataque deliberado a alvos civis para causar pânico.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em homenagem à brigada médica que participou do Mais Médicos, destacou que cerca de 20.000 colaboradores cubanos da Saúde estiveram no Brasil, graças aos quais “mais de 700 municípios daquele país tiveram um médico pela primeira vez em sua história”.

Ele lembrou que o programa nasceu como uma iniciativa de Dilma Rousseff, então presidente do gigante Sul-Americano, e procurou garantir atendimento médico ao maior número possível da população brasileira, motivo pelo qual especialistas cubanos foram trabalhar em áreas de extrema pobreza, como favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador da Bahia e os 34 distritos indígenas especiais, especialmente na Amazônia. Um estudo da Universidade de Minas Gerais revelou que 95% dessas populações população aprovavam esta proposta humanista.

Não é a primeira vez que as opiniões de Bolsonaro têm o efeito de ecoar nas políticas da Casa Branca, que lhe renderam o apelido de Trump dos trópicos. Suas acusações se juntam à cruzada de Washington contra a cooperação médica internacional de Cuba, um ataque que ocorre apesar de Cuba ter assinado, em 2019, cerca de 27 instrumentos jurídicos bilaterais com 23 países e 687 delegações de executivos e membros do Sistema Nacional de Saúde. funcionários estrangeiros, entre ele 2.808 americanos.

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