Se ataque à saúde é motivo para impeachment, Bolsonaro deve sair!
Original: Antonio Cruz/Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff concedeu nesta sexta-feira 3/IV entrevista aos jornalistas Guilherme Mazieiro e Leonardo Sakamoto, do portal UOL. A petista, atualmente cumprindo medidas de quarentena em sua casa em Porto Alegre, criticou veementemente a forma como o presidente Jair Bolsonaro vem lidando com a crise sanitária causada pela Covid-19.
"O presidente pretende atribuir aos governadores tanto as mortes como uma fome, o que é um escândalo. A responsabilidade é dele, que é incapaz de agir concertadamente", disse Dilma, em referência às brigas causadas por Bolsonaro com seus ex-aliados, como os governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ).
"Sem a relação com os estados e os municípios você não chega na ponta, e essa é uma relação de cooperação, não de disputa", continua. "Bolsonaro tenta de uma forma tosca e grosseira transferir para os governadores responsabilidades. A responsabilidade é dele".
Ela elogiou o papel do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na gestão da crise: "o Mandetta é o mais racional deles [ministros de Bolsonaro]. Tem tomado várias iniciativas corretas, inclusive defende o isolamento social".
Ao mesmo tempo, Dilma classificou a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, como "deplorável": "ele tira das pessoas a condição para ficar isolado socialmente, porque está tirando das pessoas a renda que elas precisam para ficar em casa".
E sobre a possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro?
"Eu acho que todo mundo tem de ter o benefício da legalidade e da lei. Tem de ver se ataque à saúde pública, se desrespeito à vida é causa para impeachment. Se for, ele deve sofrer impeachment", afirmou a presidenta. "Agora, eu tenho plena clareza que as relações políticas e as condições políticas prévias que vão definir se vai ser ou não objeto de um impeachment".
Leia a entrevista completa no UOL.
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