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Bolsonaro é isolado por governadores que o apoiavam

Crise do coronavírus deixa Bolsonaro falando sozinho
publicado 27/03/2020
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Ao insistir no discurso que contraria as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate ao coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro foi isolado por quase todos os governadores do país.

Entre eles, os que, na eleição de 2018, apoiou Bolsonaro para chefe do executivo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a usar o slogan "BolsoDoria" na época. Hoje, após embate com o presidente, o tucano foi ameaçado de morte por bolsonaristas

No Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) foi eleito na onda bolsonarista. Em entrevista ao Estadão, o governador carioca classificou a estratégia política de Bolsonaro como "desastrosa". "Bolsonaro só pensa na eleição de 2022", disse.

Também ao Estadão, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), antes alidado de primeira hora do presidente, rompeu com ele. 

"Eu sempre fui um aliado, nunca fui submisso. A única pessoa para quem já ajoelhei na vida foi para Deus. Fora isso não existe essa possibilidade minha. Como sou desautorizado pelo meu presidente sem nem sequer ter tido a oportunidade de falar? Então o tratamento comigo não é respeitoso. Ele se enganou, achou que eu pudesse estar incluído naqueles que estão para cumprir ordens. Eu não estou para cumprir ordens, sou homem para discutir e apoiar posições. Nos assuntos da Saúde, as ações do presidente não atingem o meu Estado. Não posso admitir que a minha autoridade seja quebrada sem poder argumentar. Eu não sou homem de ter pé em duas canoas, não é meu estilo, não sou híbrido", afirmou Caiado.

O tucano Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, confessou ao Valor Econômico que o presidente perdeu as condições de coordenar esforços.