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Pegaram o Eduardo Cunha do Aécio

Dimas controlava onde o Mineirinho ia embolsar a grana da propina
publicado 23/12/2017
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Dimas Toledo não se contentava em controlar o cofre de Furnas... (Reprodução/DCM)

Em reportagem publicada pelo Globo Overseas neste sábado, 23/XII - e aqui reproduzida pelo Conversa Afiada -, Bela Megale e Thiago Herdy mostraram o caminho percorrido pelos R$ 50 milhões que o Mineirinho embolsou da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.

A matéria menciona, também, outro personagem que o amigo navegante conhece bem: Dimas Toledo. Diz o texto:

(...) A Lava-Jato também obteve novas evidências envolvendo o pagamento de R$ 30 milhões da Odebrecht ao tucano, relacionados ao mesmo contrato da Usina de Santo Antônio. Em depoimento à PGR, o delator Henrique Valladares disse ter sido orientado por um emissário de Aécio, Dimas Toledo, a depositar parte dos valores em uma conta bancária de Cingapura. Valladares sustenta que o número da conta veio anotado em um bilhete, ao lado do nome de Accioly. Outras contas também receberam parte dos pagamentos.

(...) De acordo com o ex-presidente do grupo Odebrecht, o objetivo dos pagamentos a Aécio era influenciar decisões da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) — estatal de energia mineira — e Furnas — estatal federal — a favor da empreiteira baiana.

Na época Aécio exercia seu segundo mandato como governador de Minas e integrava a oposição ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável por licitar Santo Antônio. Apesar disso, o tucano tinha influência no setor elétrico devido à sua relação com Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, umas das empresas sócias da usina, além de estar a frente do estado que comanda a Cemig, outra sócia do empreendimento.

(...)

O Conversa Afiada investiga esses R$ 50 milhões desde abril, quando esmiuçou o depoimento de Henrique Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht. Nele, Valladares implica, além de Aécio e Dimas Toledo, o empresário Alexandre Accioly (aquele que era dono da Body Tech).

"Na despedida, o governador Aécio Neves disse a mim: 'Olha, Henrique, o Dimas Toledo, nosso amigo comum, vai lhe procurar'. Simplesmente isso. E se despediu de mim. E eu entrei no carro e o Marcelo disse que tinha acertado com o governador 50 milhões a serem pagos (...) 30 milhões por parte da Odebrecht e 20 milhões por parte da Andrade Gutierrez" (...) (Dimas) trazia para mim um pedaço de papel com indicação de nomes, empresas, com sede no exterior".

Os R$ 30 milhões da Odebrecht eram pagos sempre em contas indicadas por Dimas Toledo, que era o dono da chave do cofre de Furnas.

O modus operandi sempre foi esse.

(Aliás, Dimas jurava de pés juntos que a Lista de Furnas era falsa, até ser desmaracado pelo lobista Nilton Monteiro...)

Com tudo isso, o ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot demorou mais para chegar à Lista de Furnas do que Moisés para atravessar o deserto.

E Aécio continua livre, leve e soltíssimo, pronto para se candidatar à reeleição ao Senado no ano que vem.

É ou não é a República Federativa da Cloaca?