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Paulo Preto, Alckmin e Casagrande fizeram acerto de cavalheiros!

"Eu sei, fecho os olhos e vocês continuam fazendo o cartel em paz"
publicado 20/08/2018
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De André Guilherme Vieira, no PiG cheiroso:

Rodoanel teve 'acerto de cavalheiros' entre servidores e cartel, diz procurador


As investigações da força-tarefa da Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo apontam que a suposta formação de cartel para ajuste de obras do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas contava com uma espécie de “conivência tácita” de servidores públicos, que se omitiriam do dever legal de fiscalizar a construção e o cronograma dos contratos.

“Era mais ou menos algo como ‘eu sei, fecho os olhos e vocês continuam fazendo o cartel de vocês em paz’”, exemplifica o procurador chefe do MPF em São Paulo, Thiago Lacerda Nobre. (...)

Essa frente de apuração levou à prisão preventiva o ex-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, homem forte da área de transportes em gestões do ex-governador e atual presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin. Casagrande nega todas as acusações. Ele é réu em ação penal e está encarcerado em Tremembé (SP).

“Com o passar do tempo, eram contratados aditivos, como se, posteriormente, tivessem tomado conhecimento da existência dos matacões. A perícia constatou que muitos dos matacões não existiam e isso inflacionava o preço, sem falar do ajuste prévio de valores entre as empreiteiras”, explica a procuradora Thaméa Danelon, que também integra a força-tarefa do MPF.

Entre as razões apontadas pela Procuradoria para manter Casagrande preso estão indícios de destruição de documentos.

“E também pelo cargo que ele exercia. Percebeu-se que ele praticou ilícitos e ele continuava exercendo uma função pública”, diz a procuradora.

Nas buscas a endereços de Casagrande, a Polícia Federal (PF) apreendeu documentos, discos rígidos e pen drives em um escritório que os policiais classificaram como um “bunker de documentos”.

O modo como o dinheiro supostamente desviado era dividido ainda é alvo de investigação, de acordo com a procuradora.

“Isso ainda não está claro, porque é muito difícil saber o percentual que vai para cada um”, diz.

De acordo com Thaméa, até agora as investigações sobre o Rodoanel Norte não apontaram para desvios de recursos públicos com propósito de financiamento eleitoral ilícito.

“Nessa investigação não temos elementos neste sentido, ainda”.

A força-tarefa tem ainda em sua alça de mira o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, também acusado de cartel. Ele teria colocado as empresas do Rodoanel para atuar também no sistema viário. Souza já é réu por peculato e chegou a ter prisão decretada pela Justiça Federal. Foi solto por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Souza nega envolvimento em crimes.

Conhecido como ‘Paulo Preto”, Souza é suspeito de atuar como operador financeiro do PSDB. O MPF foi informado pela Suíça que o ex-diretor da Dersa movimentou R$ 113 milhões em contas no exterior. A suspeita é que o dinheiro tenha sido transferido para Nassau, nas Bahamas. No final de março, os procuradores solicitaram cooperação internacional com o país da América Central. (...)