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Manuela prefere um só candidato no 1º turno

Prioridade é derrotar o neolibelismo!
publicado 25/06/2018
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Créditos: Luiz Maximiano/VIP

Da Carta Capital:

Manuela: 'Eleição não é um episódio de nossas trajetórias individuais'


A mais jovem pré-candidata à presidência, Manuela D’Ávila iniciou sua trajetória política no movimento estudantil, em 1999, quando se filiou a União da Juventude Socialista. Na sequência ingressou na política partidária junto do Partido Comunista do Brasil. Foi a mais jovem vereadora de Porto Alegre, sua cidade natal, e depois conseguiu se eleger deputada federal e estadual, mandato do qual se licenciou para concorrer às eleições este ano.

A deputada é a primeira candidata à presidência do PCdoB – partido a que se filiou em em 2001 - desde a formação da legenda a partir de uma dissidência do velho partidão nos anos 1960. Com forte discurso feminista e sem medo de defender pautas impopulares como o aborto, a deputada não demonstra vaidade na relação com concorrentes do campo da esquerda, como o ex-presidente Lula e Ciro Gomes. Embora considere importante o simbolismo de sua candidatura “após um golpe misógino”, ela defende ser ainda mais importante barrar o projeto conservador no País.

Manuela admite até mesmo abrir mão da disputa, caso outros partidos de esquerda decidam unir-se em torno de um único candidato no primeiro turno. “Essa eleição não é um episódio factual das nossas trajetórias individuais. Se alguém está tratando assim não percebe a gravidade que é o atual governo brasileiro.”

(...) CC: A senhora acredita que o campo progressista ainda por se unir em torno de um mesmo candidato ainda no primeiro turno?
MD: Essa eleição não é um episódio factual das nossas trajetórias individuais. Se alguém está tratando assim não percebe a gravidade que é o atual governo brasileiro. E se eu sou o obstáculo para que os outros três se entendam, eu deixo de ser. A unidade não vai ser produzida por discurso. São gestos. Esse é o gesto máximo que eu posso fazer.

CC: Há risco de não termos um candidato de esquerda no segundo turno com essa fragmentação do campo progressista?
MD: Eu acho que o outro lado também enfrenta muitas dificuldades. O governo Temer está morto, é um fantasma que quer reencarnar e tem um monte de corpos à disposição. Vamos trabalhar para estar no segundo turno.

CC: A senhora já chegou a registrar 3% em pesquisas eleitorais. Como tem analisado os levantamentos recentes?
MD: Qualquer uma dessas pesquisas mostra que nosso campo tem muita força. Os tucanos e os corpos mais aptos à ressurreição do fantasma de Temer estão muito mal.

CC: A senhora se inspira na gestão do governador maranhense Flávio Dino, do PCdoB, em sua campanha presidencial?
MD: O Flávio é a melhor referência que existe no Brasil hoje. É um governador que enfrenta a crise com medidas anticíclicas.

CC: Qual a sua análise sobre a greve dos caminhoneiros?
MD: O movimento foi de alta complexidade. A ausência de legitimidade faz com que o povo flerte com soluções autoritárias, porque nota que ali está faltando alguma coisa. Se não há quem comande, então posso flertar com o ultra-comando, com uma intervenção militar?

CC: Como a senhora acha que a esquerda precisa lidar com esses movimentos difusos? A esquerda está muito distante dessas bases de trabalhadores?
MD: Para mim, é difícil falar, porque minha origem não é o movimento sindical. Eu sou de uma geração nativa, nasci em 1981, para a mim a tecnologia já faz parte da constituição mais mental. Mas precisamos fazer uma reflexão sobre a legitimidade das angústias das brasileiras e brasileiros.

CC: Como é possível governar em um horizonte de orçamento apertado e limitado pelo congelamento dos gastos públicos?
MD: O debate é sobre como vamos garantir a retomada da economia pensando em como recuperar a capacidade de investimento do Estado (...)