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Maneschy, do PDT: por que o TSE não quer a impressão do voto?

Brizola: a urna é uma argola que se bota no nariz do touro para carregá-lo aonde quiser...
publicado 07/02/2018
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A propósito da notícia de que a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, é contra o voto impresso - favorável, portanto, a essa jabuticaba chamada de urna eletrônica -, o Conversa Afiada recebeu o comentário de Osvaldo Maneschy, membro do diretório nacional do PDT, conhecedor dos segredos do voto eletrônico desde os tempos do Governador Leonel Brizola e defensor de longa data da impressão dos votos:

JUSTIÇA CONTRA TRANSPARÊNCIA ELEITORAL


Como diria Wagner Teixeira: "Detesto ter razão". Há tempos cantei essa pedra - a (in) justiça vai dar um jeito de revogar a lei que determina a impressão do voto eletrônico, a terceira em vigor no país, embora seja esta a única maneira de garantir a transparência das eleições brasileiras via recontagem dos votos sempre que houver dúvida sobre o resultado.

E como nas duas leis anteriores, a atual lei está indo para o lixo por iniciativa do poder judiciário. Por que será que nossos impolutos juízes não querem a transparência das eleições? Por que será que o TSE insiste em que a secretaria de informática do TSE continue a ter poder absoluto de dizer quem ganha e quem perde eleição no Brasil? Seja para senador, para deputado federal, governador, deputado estadual, prefeito ou vereador.

E também, é claro, presidente da República.

Acompanho o assunto há 17 anos como delegado do PDT no TSE. Tenho convicção de que a urna eletrônica em uso no país desde 1996 nunca foi usada para eleger um presidente. Esta é a minha opinião suspeita de brizolista. Mas por que não pode existir uma primeira vez?

Quanto a eleger - sem votos - deputados, senadores, etc – tenho minhas dúvidas. Porque a urna eletrônica brasileira totalmente dependente de software - que Brizola comparava à argola que se bota no nariz do touro para carregá-lo para onde se quiser (sendo o Brasil o touro) - já foi abandonada, por ser obsoleta e insegura, no resto no mundo.

Meus amigos, a urna eletrônica brasileira, do jeito que é, permite que gente sem voto se eleja e gente com votos se ‘deseleja’.

É simples assim. 

A atual lei que obriga a impressão do voto eletrônico, única maneira de garantir que a urna seja realmente segura, já é a terceira em vigor no país.

Eleição sem recontagem é eleição insegura – mas as pessoas, desavisadas, preferem acreditar na propaganda do TSE que afirma, há anos, que a urna eletrônica brasileira é 100% segura. Não é. Ela é 100% insegura.

O voto impresso é a única maneira que permite a recontagem e a auditoria de resultados. Máquinas de votar como as nossas, totalmente dependente de softwares, que não imprimem o voto – já foram abandonadas no resto do mundo por serem inseguras e obsoletas. São máquinas de primeira geração, desenvolvidas na década de 80/90, substituídas por outras, de 2ª geração, que imprimem o voto.

E já há máquinas de terceira (que também registram digitalmente o voto, dando uma dupla segurança ao eleitor) e até de 4ª geração de informática, que usam a tecnologia de bitcoins.

A atual lei em vigor, de autoria do deputado Bolsonaro – que Raquel Dodge quer jogar no lixo - foi vetada pela então presidente Dilma Rousseff (por desinformação, na minha opinião), mas o seu veto foi derrubado pelo Congresso e a lei entrou em vigor.

Só que antes desta, estava em vigor a lei criada pelos deputados Vieira da Cunha, Brizola Neto (ambos PDT) e Flávio Dino (PC do B) - também derrubada por iniciativa do ministério público federal e do Supremo. E antes dela, também foi derrubada a primeira de todas as leis do voto impresso por iniciativa do então presidente do TSE, Nelson Jobim. Que inclusive enganou Brizola sobre este assunto.

Ou seja, o judiciário brasileiro - especialmente a justiça eleitoral criada por Getúlio Vargas para acabar com as falcatruas eleitorais existentes na República Velha – nos dias de hoje, não quer a transparência eleitoral.

Por que será? Será pelo fato da direita brasileira ter votos a dar com pau e ganhar todas as eleições?