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Lídice: Bolsonaro é uma fábrica de fake news!

Relatora da CPMI das Fake News revela pressão do governo
publicado 29/09/2019
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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou que percebe um esforço do clã Bolsonaro para travar as investigações e disse que se sente pressionada pelo governo.

Em entrevista à revista Época publicada neste domingo 29, Lídice classificou o governo Bolsonaro como "uma fábrica de fake news".

"Eles assumem o discurso de que investigar fake news é atacar seu governo. E eu respondo: 'Atacar por quê? Se o governo não tem nada a temer, não tem por que se preocupar'. É muito assustador que o próprio presidente da República diz: 'Não confiem em tal jornal'. É a tentativa clara de desestabilizar. Você pode até ter uma opinião, mas não pode, no governo, usar a máquina pública para isso. É preciso retomar uma visão republicana sobre o país, sob pena de destruirmos a credibilidade do Brasil", afirma Lídice.

Ela revelou também que Carlos Bolsonaro pode ser obrigado a explicar seus métodos no comando das redes sociais de Jair Bolsonaro.

"É possível [que ele seja convocado]. Precisamos investigar como foram feitas as fake news, quem fez, de onde partiram, de que maneira, e quem pagou. Esses movimentos geralmente acontecem com recursos, para criar uma lista de distribuição, por exemplo. [Se ele for convocado] vai ter que depor e dar esclarecimentos", completou a relatora.

Por fim, ela analisou a pressão exercida pelo governo Bolsonaro contra a comissão.

"Sim, me sinto [pressionada]. O presidente fala contra a CPI. Aliás, o presidente fala contra muita coisa nesse país. A tudo o que diz respeito a direitos, a dignidade, ele é um opositor. Não é a primeira vez que o governo faz confusão com fake news. Votamos recentemente uma legislação a respeito do crime de disseminar mentiras nas redes, e o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, atacou a posição da Câmara. Fica cada vez mais a suspeita de que há algo muito estranho no reino da Dinamarca, ou no reino do Brasil, na família monárquica, em que não se pode tratar do assunto fake news. Na semana passada os assessores do PT na Câmara ganharam na loteria. E isso vira pauta do ministro da Educação, como se não houvesse coisas graves e trabalho demais na educação brasileira para ele se preocupar? Está mais ocupado em fazer ataques? Foi com assessores do PT, podia ser PSDB, PSL. É um assédio moral. O governo não tem filtro para medir as consequências do que fala. A não ser que a intenção seja justamente essa. É a teoria do caos".

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