Estudo mostra que Bolsonaro e Moro usam máquinas de manipulação de redes sociais

Gráficos: Antonio Arles. Veja os gráficos em detalhes abaixo

Nesta semana, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo Bolsonaro no Congresso e hoje desafeto do clã, prestou depoimento à CPMI das Fake News e dissecou o esquema que ela chamou de "milícias virtuais" bolsonaristas. Segundo ela, há 1,4 milhão de seguidores robôs no perfil de Jair Bolsonaro no Twitter e mais de 468 mil no de Eduardo Bolsonaro, que ela aponta como líder desse "gabinete do ódio". Clique aqui para ver mais detalhes sobre o depoimento de Hasselmann.

Neste sábado 7/XII, em estudo exclusivo para a revista Forum, o cientista de dados Antonio Arles traçou o cenário dos principais candidatos à Presidência nas eleições de 2022 para identificar quais deles indicam a possibilidade de manipulação das redes sociais.

Para isso, ele recolheu dados de 50 mil usuários seguidores de cinco personagens políticos: Jair Bolsonaro, Lula, Sergio Moro, Ciro Gomes e Luciano Huck. Esses nomes foram escolhidos por figurarem entre possíveis candidatos ao Planalto em 2022 e pontuarem expressivamente na última pesquisa divulgada pela revista Veja.

Diz a reportagem da Forum: "os 50.000 usuários foram submetidos a um algoritmo que os classificou em grau de automação, com índices indo de 0 a 1, sendo zero para menor probabilidade de automação e 1 para maior probabilidade de automação. Este algoritmo é o TweetBotOrNot que tem, auto declaradamente, 91.9% de acurácia que é, grosso modo, uma medida de precisão. Depois de detectada a probabilidade de automação, plotamos gráficos que explicitam a densidade dos graus onde se encontram os possíveis bots seguidores de cada personagem".

Assim, quanto maiores os picos à direita do gráfico e mais próximos de 1 no eixo x (Probabilidade de Automação) maior a quantidade de perfis automatizados detectados pelo método.

A conclusão é de que Jair Bolsonaro e Sergio Moro têm entre seus seguidores mais perfis automatizados, segundo esse instrumento de análise, na comparação com os outros personagens considerados.

Segundo o cientista de dados, "essas observações servem como ponto de partida para investigações mais profundas, usando outros métodos e algoritmos que possam demonstrar essas ou outras tendências", mas, de alguma maneira, confirmam as denúncias apresentadas por Joice Hasselmann.