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Botafogo quer fim da estabilidade para servidores

Para Maia, Huck, Doria e Witzel podem disputar contra Bolsonaro em 2022
publicado 14/07/2019
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O Conversa Afiada reproduz, do Estadão, trechos de entrevista com o presidente da Câmara Rodrigo Maia - o Botafogo da lista de apelidos da Odebrecht:

Responsável pelo sucesso na articulação e tramitação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não almeja disputar a Presidência da República ou o governo do Rio de Janeiro. Para ele, sem reformas aprovadas, não há motivo para tentar um cargo numa eleição majoritária. “Não quero ser administrador de crise”, disse. Maia recebeu a reportagem do Estado nesse sábado, 13, na residência oficial. Para ele, um candidato que queira ter capacidade para enfrentar Bolsonaro em 2022 precisa caminhar da direita para o centro ou para a centro-esquerda.

(...) Estadão: Por que o choro na hora do resultado da votação da reforma?
Maia:
Boa parte do plenário apoiando é uma demonstração de confiança de apoio. Eu sou um cara que me emociono. Ter o seu trabalho reconhecido pelo seus pares não é algo que acontece todos os dias. Somado a todos os acontecimentos dos últimos meses e a dificuldade para ter chegado até a votação.

(...) Estadão: O sr. espera mais empenho do Planalto nessas reformas de Estado, como a reforma tributária?
Maia:
Reforma tributária é claro que eles vão participar. A gente quer que a equipe econômica participe. Essa é uma reforma que tem muito apoio na classe média, na sociedade. (...)

Estadão: O senhor é a favor da quebra de estabilidade do servidor?
Maia:
Sou 100% a favor. A estabilidade do jeito que está colocada não beneficia o interesse do servidor de atingir meta, objetivos de melhorar o seu trabalho, de servir melhor o cidadão. Ele tem essa garantia por si só e ponto final. Tem que criar uma regra onde algumas carreiras, não pode deixar um procurador, um juiz soltos. Não pode deixar um auditor fiscal solto. Mas vai ter que ter um limite do que é estabilidade do serviço público.

Estadão: Seria a quebra mesmo da estabilidade?
Maia:
Seria a quebra. Mas, em algumas categorias, dizer em que condições se pode demitir esse servidor. Não pode pegar um auditor fiscal e de qualquer jeito o governo pode demiti-lo. Senão ele perde as condições de trabalhar. (...)

Estadão: Dizem que a sua performance como articulador lhe abre portas para 2022.
Maia:
Não acho, não. Minha articulação me abre portas para ser um político que está construindo algo para o Brasil e que vai ficar registrado na história. Não acho que eu tenha perfil para eleição majoritária. Não acho mesmo. Eu tentei em 2018. Não é uma coisa simples.

Estadão: Em quem o senhor apostaria para ser uma força contra Bolsonaro?
Maia:
Acho que o governador de São Paulo (João Doria) é sempre uma força, tem que só tomar cuidado para ele não tentar disputar o núcleo duro do presidente. Ele não vai conseguir crescer para o eleitor mais radicalizado, antipetista. Ele vai ter que crescer pra o centro. Esse cuidado ele vai ter que tomar. O governador do Rio (Wilson Witzel) é pré-candidato também, é sempre forte. O Luciano Huck é um cara fortíssimo, porque ele caminha mais ao centro, pelas relações que ele tem. Ele tem uma agenda mais ao centro e pode ocupar um espaço que o Doria não está querendo ocupar.

Estadão: Qual seria?
Maia:
O Doria prefere ocupar o espaço do Bolsonaro. Então ele vai e condecora o Moro. Está disputando voto com Bolsonaro. E eu acho que esse voto ele não tira do Bolsonaro. Quem vai disputar eleição com Bolsonaro é quem conseguir caminhar da direita para o centro, ou a centro-esquerda. O espaço vago hoje, olhando a eleição futura e está muito longe ainda, não será disputar com o presidente no mesmo eixo dele. E acho, de alguma forma, por como ele construiu a campanha de 2018, o Doria está tentando ocupar esse espaço. Tem que ver como ele vem mais para o centro. E acho que o Huck está tentando construir esse espaço, um pouquinho mais ao centro-esquerda em alguns temas.

Estadão: O senhor está tendendo para o Huck, né?
Maia:
Não estou tendendo para ninguém. Estou tendendo para aprovar o segundo turno para a reforma da previdência. (...)

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