Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Nos bastidores, Bolsonaro age para derrubar Mandetta

Nos bastidores, Bolsonaro age para derrubar Mandetta

Como se não tivesse crise suficiente no governo
publicado 08/04/2020
Comments
NosbastidoresBolsonaroageparaderrubarMandetta11.png

Crédito: Fotos Públicas

A ameaça pública de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-SP), não ficou só no discurso de Jair Bolsonaro (sem partido) O presidente age para tornar a situação ainda mais desconfortável. A relação, segundo interlocutores, é vista como "insustentável".

Bolsonaro tem comandado reuniões diárias no Palácio sobre a Covid-19 sem a participação de Mandetta.

Além do ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (MDB-RS), a médica Nise Hitomi Yamaguchi, diretora do Instituto Avanços em Medicina, tornou-se onipresente nos encontros. 

Cotada para o lugar de Mandetta, a médica é entusiasta do uso da hidroxicloroquina nos pacientes contaminados pelo vírus.

Mandetta só não foi demitido na segunda-feira (06/IV) porque isso causaria “um terremoto político”. A informação é do jornal Valor Econômico.

Segundo a publicação, a pressão dos chefes de outros Poderes, associada à reação do mercado e das redes sociais, foram determinantes na segunda-feira para dissuadir Bolsonaro da decisão de afastar o auxiliar.

Cloroquina

 

Enquanto Mandetta afirmava que o Ministério da Saúde não recomendava o uso indiscriminado de cloroquina, o presidente divulgava no Twitter vídeo em que Nise Yamaguchi defende abordagem diferente.

Bolsonaro compartilhou entrevista de Yamaguchi ao canal CNN Brasil. Ela diz que as evidências científicas ainda estão sendo construídas, mas ressalta que médicos e hospitais já trabalham com a medicação.

- Imumologista/oncologista Nise Yamaguchi e o uso da Hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19. pic.twitter.com/8QwQX7Z0H7

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 7, 2020

"Precisaria começar a tomar no segundo dia após o inicio de sintomas", diz ela. "São decisões terapêuticas, e médicos em São Paulo e em vários grande hospitais já assumiram que é muito necessário que a gente trate os pacientes quando eles chegam."