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Bolsonaro acusa ex-assessor de conspiração com Adélio!

Presidente diz que dorme com pistola ao lado da cama
publicado 21/12/2019
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Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Juiz de Fora. Justiça não acredita em teoria da conspiração e afirma que ele agiu por conta própria (Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista a Policarpo Junior e Marcela Mattos, da revista Veja - o "detrito sólido de maré baixa", segundo o ansioso blogueiro - no último sábado 14/XII.

A entrevista, realizada no Palácio da Alvorada, foi publicada na edição desta sexta-feira 20/XII.

A matéria oferece um certo vislumbre da paranoia do presidente da República.

Mesmo cercado de seguranças, incluindo homens do Exército, Bolsonaro demonstra uma preocupação excessiva com a própria segurança.

E revela que dorme sempre com uma pistola carregada por perto, ao alcance de sua mão. "E ainda tem outras arminhas que ficam guardadas por aí", diz o presidente.

Bolsonaro afirma ter medo de um novo atentado - como o ataque a faca em Juiz de Fora, em 6/IX/2018, durante a campanha eleitoral.

E afirma, também, não acreditar na versão da Justiça, de que a facada foi obra de Adélio Bispo, uma pessoa com histórico de transtornos mentais que agiu por conta própria. "Houve uma conspiração", diz Bolsonaro.

Provas ele não tem. Mas tem convicção...

A teoria da conspiração de Bolsonaro, entretanto, é ainda mais intricada.

Segundo o presidente, Adélio agiu em conluio com uma pessoa muito próxima à família Bolsonaro - um ex-assessor de sua campanha presidencial!

Diz a Veja:

"O presidente não revela a quem se refere, mas, ao longo da entrevista, vai fornecendo detalhes que apontam para um ex-ministro. O motivo da traição seria uma vingança por ele não ter escolhido o ex-assessor como candidato a vice.

"O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às cinco da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado", diz Bolsonaro."

Segundo o blog direitista O Antagonista, "aparentemente, Jair Bolsonaro refere-se a Gustavo Bebianno".

Bebianno foi Secretário-Geral da Presidência da República entre janeiro e fevereiro deste ano. Antes isso, entre março e outubro de 2018, foi presidente nacional do PSL, o antigo partido de Jair Bolsonaro.

Ele rompeu com o governo Bolsonaro em 18/II, após ser chamado de mentiroso pelo Carluxo, o filho 02 do Jair Messias.

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta sexta-feira 20/XII - a mesma entrevista em que afirmou que uma pessoa próxima a Bolsonaro tentou sequestrar o jornalista Lauro Jardim - o ex-ministro Bebianno comentou o caso: para ele, a declaração é uma prova de que o presidente "não tem equilíbrio mental para comandar um país".

E continua: "alguém que cogita uma coisa dessas e diz isso publicamente pode facilmente nos jogar numa guerra, por exemplo".

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