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China divulga "livro branco" contra Trump

Se ele quer guerra, vamos à guerra!
publicado 02/06/2019
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Livro branco manda recado a Trump: em toda negociação, existem limites. A China não vai abrir mão dos seus princípios!

A agência Xinhua divulgou o "livro branco" com que o Governo chinês explica como vai enfrentar a "guerra" comercial que Trump desfechou.

O Conversa Afiada reproduz a abertura e o fechamento do "livro":

Prefácio

O relacionamento comercial China-EUA serve tanto como lastro quanto como propulsor do relacionamento bilateral global. Em jogo estão os interesses fundamentais dos dois povos e a prosperidade e estabilidade do mundo. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e os EUA, o comércio bilateral e as relações econômicas já percorreram um longo caminho, com a expansão dos campos de cooperação a níveis mais elevados. Uma relação mutuamente benéfica e vantajosa com forte complementaridade e interesses interligados foi forjada, beneficiando não só os dois países, mas o mundo inteiro.

Dadas as diferenças no estágio de desenvolvimento e no sistema econômico, é inevitável que os dois países experimentem diferenças e fricções em sua cooperação comercial. A história das relações comerciais e econômicas entre a China e os EUA tem provocado reviravoltas e situações difíceis. Ao adotar uma atitude racional e cooperativa, os dois países conseguiram resolver conflitos anteriores, diminuir as diferenças e tornar mais madura a relação comercial bilateral por meio do diálogo e da consulta.

Desde que assumiu o cargo em 2017, o novo Governo dos EUA ameaçou impor tarifas adicionais e outras medidas e provocou freqüentes atritos econômicos e comerciais com seus principais parceiros comerciais. Em resposta ao atrito econômico e comercial iniciado unilateralmente pelos EUA desde março de 2018, a China teve de adotar medidas vigorosas para defender os interesses da nação e de seu povo. Ao mesmo tempo, comprometida com a resolução de disputas por meio de diálogo e consulta, a China se envolveu em várias rodadas de consultas econômicas e comerciais com os EUA, em um esforço para estabilizar a relação comercial bilateral. A posição da China tem sido consistente e clara - de que a cooperação atende aos interesses dos dois países, que o conflito só pode prejudicar ambos e que a cooperação é a única escolha correta para ambos os lados. No que diz respeito às suas diferenças e fricções na frente econômica e comercial, a China está disposta a trabalhar em conjunto com os EUA para encontrar soluções e alcançar um acordo mutuamente benéfico. No entanto, a cooperação deve basear-se em princípios. Existem limites nas consultas. A China não comprometerá os mais relevantes princípios. A China não quer uma guerra comercial, mas não tem medo de uma e vai disputar uma se necessário. A posição da China sobre isso nunca mudou.

Para fornecer uma visão abrangente das consultas econômicas e comerciais entre a China e os EUA e apresentar a posição política da China nessas consultas, o governo chinês publica este White Paper.

(IV) Nenhum desafio vai atrasar o desenvolvimento da China

O desenvolvimento da China pode não ser uma navegação tranquila. Dificuldades ou até mesmo perigos são inevitáveis. Qualquer que seja o futuro, a China está confiante em enfrentar os desafios de cabeça erguida, transformando riscos em oportunidades e abrindo novos capítulos.

A China segue comprometida com sua própria causa, não importa como o ambiente externo mude. A solução fundamental para as tensões econômicas e comerciais é se fortalecer por meio de reformas e abertura. Com a enorme demanda do mercado interno, uma reforma estrutural mais profunda do lado da oferta melhorará de maneira abrangente a competitividade dos produtos e das empresas da China. Ainda temos espaço suficiente para manobras de política fiscal e monetária. A China pode manter um bom momento para um desenvolvimento econômico sustentável e saudável, e suas perspectivas econômicas são brilhantes.

A China continuará a aprofundar a reforma e a abertura. As porta da Chinas não serão fechadas; só vão se abrir ainda mais. O presidente Xi Jinping anunciou em seu discurso na cerimônia de abertura do Second Belt and Road Forum for International Cooperation que a China adotaria uma série de grandes reformas e medidas de abertura, fortaleceria os arranjos institucionais e estruturais e promoveria a abertura em níveis mais elevados. As medidas a serem tomadas incluem a expansão do acesso ao mercado para investimentos estrangeiros em áreas mais amplas, fortalecimento da cooperação internacional para proteção da propriedade intelectual, aumento das importações de bens e serviços, implementação de uma coordenação internacional mais eficaz sobre políticas macroeconômicas, e maior foco na implementação de políticas de abertura. Uma China mais aberta terá interações mais positivas com o mundo, o que, por sua vez, promoverá o desenvolvimento e a prosperidade da China e do mundo.

Conclusão

A cooperação é a única escolha correta para a China e os EUA, e o ganha-ganha é o único caminho para um futuro melhor. Quanto ao rumo das negociações econômicas e comerciais China-EUA, a China está olhando para a frente, não para trás. Disputas e conflitos na frente comercial e econômica, no final das contas, precisam ser resolvidos através de diálogo e consulta. Atingir um acordo mutuamente benéfico serve aos interesses da China e dos EUA e atende às expectativas do mundo. Espera-se que os EUA possam caminhar na mesma direção da China e, num espírito de respeito mútuo, igualdade e benefícios para os dois lados, administrar as diferenças econômicas e comerciais, fortalecer a cooperação comercial e econômica e avançar conjuntamente as relações China-EUA baseadas na coordenação, cooperação e estabilidade para o bem-estar das duas nações e do mundo.

Em tempo: não deixe de ler no Conversa Afiada:

A grande marcha da China para erradicar a pobreza

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