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André Esteves está onde sempre esteve: no BTG!

E o Primata do neolibelismo já saiu do BTG Pactual?
publicado 12/02/2019
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Capa da revista Época em 2012

De Vanessa Adachi, Graziella Valenti e Maria Luíza Filgueiras, no PiG cheiroso:

Esteves concentra poder no BTG Pactual


André Esteves está definitivamente de volta ao jogo. Não restam dúvidas no mercado de que, mesmo sem um cargo oficial, o banqueiro, que retomou a agenda pública, hoje comanda o BTG Pactual praticamente sem opositores e está por trás dos lances mais ousados do banco nos últimos tempos.

A saída de José Zitelmann, um sócio importante do BTG Pactual, oficializada ontem, é a mais recente de uma lista de nomes graúdos que deixaram a instituição desde que o banqueiro retornou ao banco, em abril de 2016, no papel de consultor sênior. Na esteira de sua prisão, em dezembro de 2015, sob suspeita de tentar obstruir as investigações da Lava-Jato, Esteves foi afastado do bloco de controle. Em julho de 2018, a pedido do próprio Ministério Público Federal, foi absolvido por falta de provas, o que abriu espaço para que, no último dia útil de dezembro passado, finalmente voltasse à condição de controlador do banco, embora sem um cargo definido.

Zitelmann chefiava a área de renda variável da gestora de recursos do banco e é conhecido por ser o gestor do renomado fundo de ações Absoluto. Ele começou a definir sua saída em agosto do ano passado e vai abrir sua própria casa de fundos de ações em sociedade com Gustavo Hungria, que também deixará o banco.

Antes de Zitelmann, já haviam partido Pérsio Arida e James de Oliveira, no fim de 2016, e Marcelo Kalim, um ano depois, este último um grande acionista, abaixo apenas de Esteves e Roberto Sallouti, o CEO. Arida, Oliveira e Kalim integravam o chamado "Top Seven Partners", o grupo de sete sócios principais que controla o banco, depois da prisão do banqueiro. Zitelmann chegou a ser anunciado como novo integrante do G7 no lugar de James de Oliveira, mas seu ingresso no bloco de controle não chegou a ocorrer e ele permanecia como um candidato ao posto. Por conta das sucessivas saídas, o Top Seven Partners está hoje com cinco membros: Esteves, Sallouti, Antonio Porto (Totó), Guilherme Paes e Renato Santos.

"Ficaram os sócios mais alinhados a ele", diz um ex-sócio do banqueiro. "O banco é do Esteves", diz um outro ex-sócio, ao comentar o que teria motivado boa parte das partidas. Cada um dos que deixaram a instituição tinha novas empreitadas no radar, incompatíveis com o elo com o banco. Antes mesmo da crise vivida pelo BTG, Arida tinha planos de sair do banco e se dedicar à academia (depois desviados quando coordenou o programa de governo de Geraldo Alckmin nas eleições de 2018), Kalim queria montar um banco digital do zero, o C6 Bank, James de Oliveira e Zitelmann não escondiam de ninguém a vontade de ter suas próprias gestoras, com mais autonomia e liberdade.

Ao mesmo tempo, no entanto, um histórico de desentendimentos internos também contribuiu para alguns dos movimentos, como a saída de Arida e também a de Kalim. "Depois do episódio da prisão do Esteves e de toda a crise decorrente dela, o banco e as pessoas não eram mais os mesmos. Claro que o banco sem ele não é a mesma coisa e sua presença tem um grande valor. Mas a questão é a diferença de percepções de qual é esse valor", comenta um ex-sócio.

(...)

Em tempo: sobre o Primata do tal neolibelismo, consulte o trepidante ABC do C Af

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