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"Se seguíssemos Bolsonaro, pessoas morreriam nas calçadas"

"Há pessoas no governo que flertam com as trevas, com a morte, com o que há de ruim", diz médico da USP
publicado 09/04/2020
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Crédito: Sergio Lima / AFP

O  professor titular na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) Miguel Srougi avalia que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem uma postura "absolutamente incorreta" no combate ao coronavírus.

Em entrevista ao UOL, o urologista diz que "tecnicamente, o que está sendo feito no Brasil é correto graças a governadores e a um ministro competente. Já a postura do presidente é absolutamente incorreta. Ele se sensibilizou com o apelo de grandes empresas de que não podiam parar e menosprezou vidas. Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas".

"Existe uma disfunção política em um momento muito difícil para o Brasil e para o mundo na área de saúde. A simples ideia [de Bolsonaro] de não agir, sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas, pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes", afirma o professor.

Para completar: "Se seguíssemos o que Bolsonaro sugere, surgiria um pico incontrolável, irreversível, e as pessoas morreriam nas calçadas. Ele entende que esse é um preço que a sociedade tem que pagar para salvar a estrutura empresarial. Há pessoas no governo que estão flertando com as trevas, com a morte, com tudo o que há de ruim".