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Passageiro se esconde em hotel contra tiroteios

Vai lá à Linha Vermelha, Moro, vai!
publicado 22/04/2019
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Um dos tiroteios na Linha Vermelha, em janeiro deste ano (Reprodução/TV Globo)

Deu no Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Violência na Linha Vermelha leva passageiros a pernoitarem em hotéis do Galeão


A violência criou uma “escala extra” para alguns cariocas que viajam e precisam chegar ao Aeroporto Internacional Tom Jobim/ Galeão , na Ilha, durante a noite ou madrugada, ou sair de lá nesse mesmo horário. Moradores da Região Metropolitana já são 15% dos hóspedes que pernoitam no hotel do Terminal 1. São pessoas que, buscando evitar a violência que aterroriza quem trafega pela Linha Vermelha , estão preferindo fazer esse deslocamento na tarde anterior ao voo a se arriscar pela cidade com dólares, passaportes e, principalmente, crianças, depois que o sol se põe. Há ainda quem procura serviços de traslado com carros blindados para o trajeto que, partindo da Zona Sul ou da Barra, leva de 30 a 40 minutos e custa a partir de R$ 600.

Números do aplicativo Fogo Cruzado apontam que não se trata de um medo infundado. Este ano, até o último dia 16, a Linha Vermelha registrou cinco tiroteios e chegou a ser fechada duas vezes em função de operações policiais. No mesmo período do ano passado, houve uma troca de tiros.

No último dia 11, após ver imagens de um tiroteio que bloqueou a via por cerca de 20 minutos na altura do Caju, a nutricionista Tatiana de Jesus, de 44 anos, moradora da Tijuca, não teve mais dúvidas. Reservou um quarto num hotel dentro do Terminal 1, onde passou com a família a noite anterior ao voo para Orlando, que saiu do Rio às 7h da última quarta-feira. Pagou R$ 565 pelo quarto quádruplo, onde dormiu com a irmã e o sobrinho Arthur, de 2 anos.

— Minha irmã, mãe do Arthur, tinha feito a sugestão porque teríamos que chegar ao aeroporto às 4h, três horas antes do embarque. Quando vimos as cenas do tiroteio na Linha Vermelha, todos concordamos com ela. Tivemos um custo a mais, mas achamos que valia a pena para evitar o risco de passar pela via deserta com uma criança — disse Tatiana.

A mesma iniciativa tiveram o empresário Hélio Gonçalves, de 65 anos, e sua mulher, Maria Conceição Silva, de 54, moradores da Barra, que também fariam check in às 4h.

— Em função da violência nas linhas Vermelha e Amarela, as pessoas que vão embarcar bem cedo estão sendo obrigadas a se deslocar para o aeroporto antes do anoitecer para evitar assaltos — disse Hélio.

As duas famílias não estão sozinhas nessa busca por meios de driblar a insegurança.

— Do meio do ano passado para cá, aumentou bastante o número de moradores do Rio, principalmente da Barra, do Recreio e de Niterói, que estão pernoitando no nosso hotel para evitar a Linha Vermelha e outras vias perigosas, como a Amarela, de madrugada. Infelizmente, chegamos a esse ponto — diz Tamara Harb, executiva de vendas de um hotel dentro do Terminal 1, onde o pernoite para casal custa R$ 377, com café da manhã e transporte para o Terminal 2.

Outra opção a 500 metros do aeroporto é um hotel que recebeu, no primeiro trimestre deste ano, 6,2% de cariocas. O pernoite para casal custa a partir de R$ 339, com café da manhã e serviço de van gratuito 24 horas para levar os passageiros até o aeroporto.

A demanda vem crescendo ao ponto de uma sala VIP, com suítes e banheiros, no edifício-garagem do Terminal 2 ter estendido seu horário de funcionamento, desde junho do ano passado, para 24 horas. Aumentou seu público em 118% entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês deste ano. O valor por pessoa para usar o serviço é de R$ 130 e inclui o uso de chuveiro e bufê de sanduíches, petiscos e bebidas.

— Nosso horário de pico é o final da tarde, com passageiros aguardando a abertura do check in de madrugada, e pela manhã, com pessoas que chegam em voos muito cedo e aguardam clarear para sair. Temos recebido muitas famílias com crianças — diz Marcia Peixoto, gerente de vendas e marketing da empresa que oferece o serviço.

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