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No Brasil, médicos já escolhem quem tem mais chance de sobreviver

País ultrapassou os 250 mil casos de coronavírus e tem 16.792 mortes
publicado 19/05/2020
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Com mais de 250 mil casos do novo coronavírus e quase 17 mil mortes confirmadas por Covid-19 no Brasil, em algumas regiões do país médicos já escolhem quem tem mais chances de sobreviver.

A cardiologista Marina (nome fictício), em entrevista à BBCdiz que teve de tomar essa decisão com uma paciente de 90 anos depois que sua saúde piorou rapidamente ao ser internada em um grande hospital particular do Rio.

A idosa precisava ir para a UTI, que estava quase lotada. E havia outros oito pacientes mais jovens em estado grave, recebendo um alto fluxo de oxigênio.

Havia uma grande chance destes doentes precisarem ser intubados, mas não haveria vaga para eles se a paciente fosse para a UTI.

Uma comissão de médicos optou por deixar a idosa sob cuidados paliativos, e ela morreu na madrugada seguinte.

"Foi uma angústia muito grande, porque era uma pessoa que estava lúcida, não tinha outras doenças graves e havia expressado o desejo de viver", diz Marina à publicação.

A médica diz que, antes da pandemia, isso não acontecia porque havia leitos de UTI suficientes.

"A gente não precisava fazer essa 'escolha de Sofia'. Mas agora estamos vivendo cada vez mais isso. E é muito difícil também porque não somos treinados para tomar esse tipo de decisão, para priorizar quem tem mais chance de se recuperar porque é mais jovem ou saudável. A gente aprende que tem que salvar vidas", conta.