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Kakay põe a Lava Jato no banco dos réus!

Tribunal Popular será em Curitiba
publicado 21/07/2017
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O Conversa Afiada reproduz convite do advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida, o Kakay:

Todos que me conhecem sabem que sou um crítico contumaz dos excessos frequentes da Operação Lava Jato. Há quase três anos faço palestras pelo Brasil afora e no exterior, apontando estes abusos. Exatamente por ser um crítico ácido, mas leal, fui chamado para fazer a DEFESA da Operação Lava Jato em um JÚRI SIMULADO POPULAR dia 11 de Agosto em Curitiba. No banco dos réus, a Operação Lava Jato e eu como ADVOGADO DE DEFESA.

Vocês verão a força da advocacia de defesa que eles tanto querem exterminar. A ironia e o humor também fazem parte da nossa luta. Aguardem.


Em tempo:

Há muitos anos, quando ocorreu a chacina dos sem terra no Pará, com enorme repercussão internacional, foi feito um júri simulado no Senado, no auditório Petronio Portella. O Jose Saramago presidiu o júri. O Claudio Fontelles, PGR, foi o acusador. A Marina Silva, Paulo Delgado dentre outros foram os jurados. O réu era o Estado do Pará. Eu fui o advogado de defesa. No início os trabalhadores rurais , que lotavam o auditório, me vaiavam por não entenderem o caráter simbólico. Parecia real. Minha "defesa" foi dizer que a responsabilidade era do Governo Federal, pela falta da reforma agrária e pedi a condenação não do Estado do Pará - meu "cliente" - mas do Governo Federal. A plateia mudou e os trabalhadores passaram para o meu lado. Esta é a "mágica" que terei que fazer, encontrar uma tese para "defender" o indefensável na lava jato... O uso da ironia e da sátira para denunciar os abusos se faz necessário quando a nossa voz crítica no dia a dia não consegue ser ouvida.Continuamos na luta por um Estado democrático de direito, o respeito às garantias constitucionais e a dignidade da pessoa. Tempos estranhos...

Kakay