Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / Hacker de Araraquara acusa procurador da Lava Jato de receber propina

Hacker de Araraquara acusa procurador da Lava Jato de receber propina

Januário Paludo teria recebido dinheiro de ex-diretor da Petrobras
publicado 13/12/2019
Comments
Paludo.jpg

O procurador Januário Paludo (Créditos: Divulgação/Procuradoria da República do Paraná)

Nesta sexta-feira 13/XII a revista Veja publicou uma entrevista exclusiva com Walter Delgatti Neto, um dos "hackers russos de Araraquara".

Walter, também conhecido pelo apelido "Vermelho", foi um dos responsáveis pela obtenção de mensagens de autoridades através do aplicativo Telegram. Tais diálogos serviram como base para as reportagens da "Vaza Jato" do portal Intercept Brasil, que revelaram os bastidores e irregularidades da Operação Lava Jato.

Ele está preso desde julho de 2019.

A entrevista aos jornalistas Thiago Bronzatto e Robson Bonin aconteceu no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, onde Walter se preparava para prestar um depoimento.

O "hacker de Araraquara" afirmou que ainda tem outros materiais aguardando divulgação. O que foi divulgado até agora é "uma pequena amostra", diz ele.

Em certo momento da entrevista, Walter faz uma acusação contra Januário Paludo, procurador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

"Tem um áudio em que o procurador está aceitando dinheiro do Renato Duque. A Procuradoria iniciou inquérito contra ele, né?", perguntou Walter.

Renato Duque foi diretor de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012. Foi preso em março de 2015 e desde maio de 2018 é delator da Operação Lava Jato - atualmente, ele tenta, sem sucesso, incriminar a presidenta Dilma Rousseff.

A entrevista à Veja foi realizada no dia 6/XII. No dia anterior, o Ministério Público Federal havia aberto uma investigação contra o procurador.

Uma reportagem publicada pelo UOL no dia 30/XI revelou que Dário Messer - o chamado "doleiro dos doleiros" - afirmou, em mensagens trocadas com sua namorada no WhatsApp, que pagou propinas mensais ao procurador Januário Paludo.

Os pagamentos estariam ligados, segundo a reportagem, à proteção de Dário Messer em investigações a respeito de suas atividades ilícitas.

Paludo tornou-se famoso após reportagem da "Vaza Jato"do dia 27/VIII revelar que ele e outros procuradores fizeram deboche sobre a morte de familiares do presidente Lula.

Sobre a morte de D. Marisa Letícia, em fevereiro de 2017, Paludo comentou: "estão eliminando as testemunhas".

Em janeiro de 2019, quando da morte do irmão Vavá, Januário Paludo afirmou que "o safado só queria passear" - em referência ao pedido de Lula para se despedir do irmão.

Leia a entrevista completa no site da Veja.

Em tempo: apesar do apelido, o hacker "Vermelho" era bolsonarista e filiado ao DEM! Entretanto, à Veja, ele afirmou se arrender de ter feito campanha para Bolsonaro...

Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

Leia também no Conversa Afiada: