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Fuzil estreia a ação social da Rocinha

Interventores querem o direito de matar!
publicado 04/03/2018
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O Conversa Afiada recebeu e-mail de amigo navegante, amigo de uma moradora do Rio.

Nós estamos vivendo uma guerra e o Globo fala em "ação social nas favelas". É um momento trágico.
Olhem este depoimento de uma grande amiga, advogada no Rio, que mostra o horror que acontece nesta intervenção no Rio.


Tempos muito duros, mais perceptíveis quando chega perto de nós. O filho da (...), minha ajudante em casa, recebeu um tiro de fuzil e esteve entre a vida e a morte no Hospital Miguel Couto.

(...) morreu esta manhã depois de lutar uma semana. O tiro de fuzil atravessou órgãos vitais como fígado, pulmão, estômago e intestino, não tinha muita chance, pois fuzil é arma de guerra que não deveria ser usada nem contra combatente em abordagens urbanas, fere regras elementares do direito de guerra.

(Ver como militares treinam criminosos a usar armas de guerra nas favelas.)

O que dá pra fazer?

Refleti a semana toda: são três mortes só nesse primeiro dia de intervenção na Rocinha e os moradores não têm coragem de denunciar.

Eu sei que alguém vai dizer que “isso acontece todos os dias”, mas o caso do (...) é um dos primeiros e já está no contexto da intervenção-modelo, que vai se repetir em outros estados, e se alastra pelo Rio com o apoio de uma mídia que mente, que diz que as comunidades estão felizes e apoiam a chegada da militarização.

E o Vilas Boas, não vamos nos iludir, segue dando entrevistas, solicita mais garantias no caso de um soldado alvejar alguém portando uma arma.

Eles querem algo que não tem precedente, “o direito de matar” um suspeito, o que é diferente de “matar direto e cometer um crime”, como sempre fazem.

Isso nós temos que entender, pois estamos denunciando o estado de exceção nas práticas judiciais - para combater a corrupção - e eles estão solicitando o direito de matar, caso tenham convicção, para combater o crime organizado.

É a pá de cal, e a mídia está apoiando.

Se a (...) denunciar, terá que mudar de casa, de vida, não sei se há quem possa protegê-la, pois agora a autoridade é militar e co-responsável pela execução do filho.

Só ações comuns e com a legitimidade das universidades, entidades de pesquisa renomadas, personalidades, partidos que tenham apelo popular e principalmente organizações comunitárias é que podem fazer alguma coisa mais efetiva.

Domingo animador...

Em tempo: não se iluda. O jornal nacional da Globo Overseas entregou uma AK-47 para o Bonner defender a Intervenssão Tabajara - PHA