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Collor: Veja é achacadora!

Ah, se o PT tivesse senadores que nao fossem delcidios ...
publicado 06/07/2015
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O Conversa Afiada sugere que o amigo navegante releia esse importante editorial do Mino Carta,  em que ele analisa a "midia técnica" do Governo Dilma e sua politica de engorda da Veja.

Depois, leia ou veja o discurso que o ex-Presidente e senador Collor de Mello fez no Senado:



Senado Federal


Secretaria-Geral da Mesa


Secretaria de Registro e Redação Parlamentar


A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Apoio Governo/PP - RS) – Com a palavra, o Senador Fernando Collor.


O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB - AL) – Srª Presidente, eu gostaria, por gentileza, de me inscrever para uma comunicação inadiável na sessão que se inicia agora, por favor.


A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Apoio Governo/PP - RS) – V. Exª pode ocupar a tribuna.


Uma vez que o Senador Paim é o primeiro inscrito, eu comunicarei ao Senador que, assim que chegar, nós convidamos o Senador Paim, mas V. Exª pode fazer uso da palavra.


O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB - AL) – Muito obrigado a V. Exª.


O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Exma Srª Senadora Ana Amélia, que preside esta sessão, Exmas Srªs Senadoras, Exmos Srs. Senadores, a revista Veja continua palmilhando a sua sanha criminosa. Seu último engodo jornalístico vai além do limite das suposições aceitáveis e tenta ludibriar o bom senso do eventual leitor com o mínimo de discernimento entre o aceitável e o imponderável, entre o real e a fantasia, entre o fato jornalístico e a troça funcional ou ficcional também.


Borrada pelos embusteiros de sempre, a edição deste final de semana repete os mesmos absurdos, as mesmas mentiras em relação a mim, única e exclusivamente para atingir aquele que, eles sabem, não se curva diante dos canhestros procedimentos de um grupelho editorial inspirado em um dos maiores, senão o maior, um dos maiores, senão o maior, achacadores que a República brasileira já conheceu, o Sr. Roberto Civita, dito e conhecido por diversas autoridades que cruzaram, por infelicidade, o seu caminho.


dito e conhecido por diversas autoridades que cruzaram, por infelicidade, o seu caminho.


A revista se utilizou de matéria requentada somente para me destratar, somente, só. Não há absolutamente nenhum subsídio na reportagem que a sustente a ofensa de – aspas – “achacador” – fecho aspas.


Esse folhetim semanal, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que se sente credor da verdade alheia, volta a falar em suposto – aspas – “meu grupo” – fecho aspas –, referindo se a mim. Mas aqui eu pergunto: grupo de um, grupo de dois, a que grupos se referem afinal?


Falam, ainda, vejam bem – aspas –, “ajuda para fraudar uma licitação” – fecho aspas; e, pior, por R$20 milhões. Pergunto: desde quando, empreiteiros profissionais precisam de – aspas – “ajuda” – fecho aspas – política para fraudar licitação? E mais, quem pagaria, em sã consciência, R$20 milhões por uma – aspas – “ajuda” – fecho aspas –, que nem ao menos está ao alcance de um agente político.


Mais absurda ainda é a alegação de que o empreiteiro aceitou condições de pagamentos milionários, tão somente por saber que esse suposto agente político estaria por trás de um pretenso intermediário, que sequer faz parte dos quadros da Petrobras. E, de novo, tudo baseado apenas em estranhas, organizadas e codificadas planilhas, que teriam sido apresentadas, dizem, pelo próprio delator, mas na qual, em nenhum momento, aparece o meu nome. Ou seja, uma sequência armada de forma indireta, atravessada numa lógica que não resiste à mais elementar análise da realidade minimamente possível e razoável no cotidiano empresarial e político.


Ademais, por ser um registro vazio, desprovido de elementos jornalísticos, a tentativa de Veja de me achacar fere o Código de Ética da ANJ; teve, assim, cometido uma infração em relação ao Código de Ética da Associação Nacional dos Jornais em vários de seus dispositivos, incluindo o de número três, em relação ao qual os meios impressos brasileiros se comprometem – aspas – “a apurar e publicar a verdade dos fatos de interesse público, não admitindo que sobre eles prevaleçam quaisquer interesses” – fecho aspas.


O rabiscador encarregado pelo panfleto de promover o achaque contra mim também feriu dispositivos do Código de Ética dos jornalistas brasileiros chancelados pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).


Assim, contra tentativas criminosas dessa natureza, resta a interpelação judicial – mais uma – pela busca da justiça. Mas essa tática deste folhetim, Veja, já está batida, esse procedimento rasteiro já está de todo conhecido, cuja endêmica e sistemática perseguição remonta aos tempos do meu exercício na Presidência, por motivações que precisam – nunca é tarde para isso, afinal – vir ao conhecimento público, e, assim, mostrar que são os verdadeiros achacadores.


Não por acaso, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a revista Veja se utiliza deste termo: achacadores. Seus baboteiros se utilizam do exemplo maior do achacador nato, o gângster, Roberto Civita, e seus rebentos. E, aqui, vale lembrar que achacar significa também intimidar alguém. Pois bem, vamos aos fatos verdadeiros e iniciais do porquê dessa psicótica perseguição. Em março de 1990, quando assumi a Presidência da República, recebi o orçamento anual já aprovado pelo Governo anterior. A situação e a realidade do Brasil, com as medidas por mim tomadas, estavam sem conexão com a peça orçamentária em vigor. Era preciso, portanto, fazer cortes, motivo pelo qual efetuei diversos contingenciamentos, entre eles, as verbas previstas do Ministério da Educação para a empresa Abril Cultural, para edição de fascículos ditos educacionais que eram distribuídos às escolas públicas.


Por isso, fiz questão de ligar pessoalmente para Roberto Civita e explicar os motivos dos cortes, já que o País, àquela altura, tinha outras prioridades, e o valor daqueles recursos previstos seriam absolutamente necessários às despesas que teríamos naquele ano com o programa de merenda escolar, com o programa de dar merenda às crianças que frequentam as escolas brasileiras,


Até porque, Srª Presidente, o que verifiquei à época e fiz questão de dizer a ele é que parte dessas verbas do Ministério da Educação recebidas pela Abril Cultural estava sendo utilizada com desvios de finalidade, como, por exemplo, o uso do dinheiro público na subcultura da publicação de gibis, aquelas revistinhas em quadrinhos, que nada tinham a ver com o contrato entre o Governo e a editora. A reação de Civita foi de resmungo e admoestação, sem demonstrar nenhuma compreensão ou apoio às medidas de que o Brasil precisava.


Foi nesse exato momento que se verificou o modus operandi de seu grupo editorial: o achaque e a ameaça.


A ele respondi apenas – e retiro daqui alguns adjetivos que adicionei – “faça como quiser”.


Essa, Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, é apenas uma de algumas histórias de tentativas de achaque que o Governo Federal, no meu período, recebeu desse gângster chamado Roberto Civita. Oportunamente, poderei voltar e relatar outros episódios extremamente pitorescos.


Mas o fato é que a sequência dos acontecimentos depois daquele telefonema todos conhecem; contudo, apenas pela ótica de uma versão, a versão de Veja.


Em suma, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o vírus daquele gângster Roberto Civita até hoje contamina seu rebanho e as páginas pútridas desse folhetim. Por isso, continuam seus borradores de letras agindo não só como chascos, mas principalmente à base de achaques delinquentes, de chantagens despudoradas e de ameaças veladas.


A todos os covardes achacadores da Veja, eu digo: sorvam suas fétidas palavras, canalhas! Sorvam suas fétidas palavras, canalhas! A mim elas não atingirão.


Era o que tinha a dizer, por enquanto, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

 



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