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O Lula não é pai nem coronel. Ele é um igual

"O que o beneficiado pelo Bolsa Família mais quer é emprego"
publicado 19/09/2012
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O amigo navegante certamente já ouviu dizer que o Bolsa Família é o Bolsa Esmola.

O Bolsa Vagabundagem.

Que é … assistencialista … eleitoreiro … encosto … voto de cabresto do Lula e da Dilma.

E que tal ouvir também o que está escrito em mil trezentas e setenta e cinco cartas enviadas ao presidente Lula entre 2004 e 2006 para tratar, exatamente, do Bolsa Família ?

Para saber mais sobre esse tema, o programa Entrevista Record Atualidade desta quarta-feira, na RecordNews, logo após o programa do Heródoto Barbeiro, às 22h15, entrevistou a professora Amélia Cohn.

Ela é professora aposentada da USP.

E compôs a equipe responsável pela formulação do Bolsa Família, em 2003.

Acaba de escrever o livro “Cartas ao Presidente Lula – Bolsa Família e Direitos Sociais”, da Azougue Editorial.

Essas cartas revelam, segundo a professora Cohn, que se sabe  muito pouco sobre os pobres.

Ignora-se a intensidade com que os pobres buscam ser cidadãos.

Buscam cidadania, mesmo que não saibam o que essa palavra significa.

Ignora-se que o pobre tem consciência de que tem direitos como todo mundo.  

É o que diz a mãe de três filhos menores. Ela mora na roça, tem que viajar muito para ir à única casa lotérica da região e não entende por que não depositam o benefício.

Diz ela  … tenho certeza de que os direitos são iguais.

O que o beneficiado pelo Bolsa Família mais quer é emprego.

Porque ele tem consciência de que o Bolsa Família é precário.

O maior problema do Bolsa Família, diz a prof. Cohn, é  que ele não é o que ela chama de “transversal”.

O Bolsa Família não fala com a Previdência – e os pobres querem se aposentar, ou tem alguém na família que quer se aposentar.

O Bolsa Família não fala com o SUS – e o pobre do Bolsa Família precisa de Saúde.

O ansioso blogueiro perguntou se não era possível a Presidenta Dilma reunir na mesma sala a Ministra Tereza Campelo, do Bolsa Família, o Padilha, da Saúde, e o Garibaldi, da Previdência e apresentar um ao outro.

Eles se conhecem !, ela disse.

O problema é que a integração, ou a “transversalidade” precisa ser operada, na base, no município, com os prefeitos.

O ansioso blogueiro observou que no mesmo dia em que comprou o “Cartas ao Presidente Lula”, comprou uma re-edição do clássico “Coronelismo, enxada e voto”, de Victor Nunes Leal, de 1948, e re-lançado pela Companhia das Letras.

O que mudou desde o “coronel” que intermediava os proveitos do poder publico, como diz Nunes Leal.

E amarrava o eleitor no “voto de cabresto” ?

Mudou muito, diz ela.

O dinheiro do Bolsa Família vai direto para o cartão do beneficiado.

O prefeito não põe nem tira.

O Bolsa Família é o maior programa de ataque à pobreza, em curso no mundo, agora associado ao Brasil sem Miséria.

(A professora Cohn preferiria que não se criasse o nome Brasil sem Miséria; bastava, segundo ela, incorporar tudo ao já existente Bolsa Familia.)

O  Brasil sem Miséria, em um ano, localizou e incorporou ao Bolsa Família quase 700 mil famílias em situação miserável.

Cerca de dezessete milhões de famílias fazem parte do Bolsa Família.

Ba média, O Bolsa Família paga R$ 134 por mês.

O ansioso blogueiro perguntou à professora Cohn qual o tipo de liderança que o Presidente Lula exercia ?

O Presidente Lula é um igual.

Ele foi pobre.

Ele passou fome.

E quem escreve não é para um Pai, ou um Deus.

É para um igual.

Clique aqui para ler sobre a entrevista da Ministra Tereza Campello ao Entrevista Record Atualidade.

E aqui para ler sobre a entrevista de André Singer.

Paulo Henrique Amorim