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Wagner: Temer virou o patrocinador do Golpe

Governo dele teria grande rejeição
publicado 11/04/2016
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Na Agência Brasil:

Temer ficou com a marca de patrocinador do golpe, diz Jaques Wagner

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse hoje (11) que há grande rejeição de um eventual governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer no caso de a presidenta Dilma Rousseff sofrer impeachment. Ele citou dados de uma pesquisa divulgada ontem (10) pelo Datafolha.

“Para o vice Michel Temer, é claro que ficou a marca de uma espécie de patrocinador do golpe porque a rua diz que ele tem mais rejeição do que a própria presidenta Dilma e é importante a gente registrar que isso sem ter exercido um dia de governo”, afirmou o ministro à Agência Brasil antes de participar da gravação do programa Brasilianas, na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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De acordo com Wagner, o exercício do poder gera desgaste. “A presidenta está com mais de cinco anos de exercício de poder e, portanto, tem esse desgaste. Ele [Temer], simplesmente pela operação que ele fez agora recentemente, ganhou um desgaste muito grande. Portanto, a rua não está chamando pelo vice-presidente”, acrescentou Wagner, em referência à decisão do PMDB, partido de Temer, de deixar a base de apoio do governo Dilma no dia 29 de março.

Para Wagner, “o movimento pela legalidade no Brasil que é muito mais amplo do que o PT e do que o próprio governo da presidenta Dilma” tem aumentado nas últimas semanas.

“As pessoas despertaram que esse golpe, pior do que o outro que era assumido [o golpe militar em 1964], esse é um golpe dissimulado. Tenta botar na cadeira da Presidência da República alguém que não teve votos para isso, portanto, é golpe na medida em que não há crime de responsabilidade [de Dilma]. Eu creio que isso [o processo de impeachment] vai se esticar por muito tempo porque, independentemente de resultados, ainda temos o Supremo Tribunal Federal para fazer a avaliação se é possível ter um afastamento de uma presidente eleita simplesmente pela vontade”, disse o ministro.

Wagner afirmou que impeachment não é remédio para impopularidade. “É claro que nós sabemos que a presidenta tem uma popularidade baixa, mas o constituinte não criou o impeachment como recall. O que está se querendo fazer aqui é um artifício, uma estrada vicinal extremamente perigosa, que fragiliza a democracia brasileira e, o pior, não resolve nada", disse.

"Se já temos dificuldade com a presidenta que carrega a legitimidade de 54 milhões de votos, que dirá com um presidente que já vai entrar tropeçando na própria rejeição, na impopularidade e na manobra feita? Por isso, estamos trabalhando e acreditando que disputando na comissão [do impeachment na Câmara] e, principalmente, no plenário, é que a gente consegue barrar esse golpe dissimulado”, completou.

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Segundo Wagner, a pesquisa Datafolha também mostrou que, apesar dos ataques à figura da presidenta, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, “o grande perdedor é o PSDB que viu os seus dois candidatos [Aécio Neves e Geraldo Alckmin] minguarem”.

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“Eles [candidatos tucanos] não conseguiram acumular [votos] até porque eles se aproximaram de teses extremamente conservadoras e até raivosas que estão sendo praticadas nas ruas nessa destilação de ódio que aconteceu. Eu creio que eles devem ter percebido que esse caminho não é o melhor”, afirmou Wagner.
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