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Wagner: que o STF tenha a tranquilidade para declarar a inocência de Lula!

Sobram elementos a caracterizar uma perseguição!
publicado 01/10/2019
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Via PT no Senado:

O senador Jaques Wagner (PT-BA) denunciou nesta terça-feira, 1º de outubro, que a Lava Jato montou um projeto de poder para atuar politicamente e atuou de maneira ilegal para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da tribuna do Senado, ele leu trechos do livro do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot confessando que foi pressionado pessoalmente, em setembro de 2016, por Deltan Dallagnol e outros integrantes da Lava Jato para perseguir Lula e o PT. “É assustador e impressionante o capítulo 15 do livro”, disse Wagner, citando o trecho que transcreve reunião de Janot com procuradores da República.

“Sobram elementos que caracterizam o processo que condenou Lula como um processo de perseguição política, um processo de um grupo que tinha um projeto de poder para este país e que continua atuando”, denunciou Wagner, no plenário do Senado. “Espero que os ministros do Supremo Tribunal Federal, tantas vezes questionados por suas decisões, agora tenham a tranquilidade, repito, com a sobra de evidências, de cancelar todo aquele processo e declarar aquilo que a alma do ex-presidente Lula aguarda: a decretação da sua inocência, por ter sido condenado em um processo eivado de vícios e de erros”.

Antes de Wagner, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE) subiu à tribuna para apontar que Lula está certo em recusar o benefício da progressão do regime de pena pedido pelo Ministério Público Federal. Lula está preso há quase 550 dias em Curitiba. Segundo o parlamentar, temerosos de que o Supremo “fragilize ainda mais” as decisões do ex-juiz Sergio Moro, os procuradores querem que Lula passe a cumprir a pena no regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica. “Estamos diante de um tudo ou nada. E para nós só serve o tudo”, criticou Humberto. “Lula precisa ser solto e ter os seus direitos restaurados a partir da anulação das sentenças que o condenaram. Sua soltura representará um marco para a democracia, e mostrará que o Estado tem a capacidade de corrigir erros de seus agentes e recuperar injustiças”.

Confissão

Jaques leu trechos do capítulo 15 do livro de Janot, intitulado “Nada menos que tudo”, em que o ex-procurador descreve o encontro com Dallagnol e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. “Eles queriam que eu denunciasse imediatamente o ex-presidente Lula por organização criminosa, nem que para isso tivesse que deixar em segundo plano outras denúncias em estágio mais avançado”, escreveu Janot.

O ex-procurador-geral reproduz no livro a dureza da conversa com Dallagnol: “‘Precisamos que você inverta a ordem das denúncias e coloque a do PT primeiro’, disse Dallagnol”. Wagner reproduz a reação de Janot, que rechaçou o pedido: “‘Não, eu não vou inverter. Vou seguir o meu critério. A que estiver mais evoluída vai na frente. Não tem razão para eu mudar essa ordem. Por que eu deveria fazer isso?’, respondi’. (…) ‘Sem a sua denúncia, a gente perde o crime por lavagem’, disse o procurador”.

“Vejam agora este último trecho”, destacou o senador: “Quando houve o compartilhamento da prova, ou seja, que o Dr. Rodrigo Janot, como procurador, compartilhou com a força tarefa, repito, ‘quando houve o compartilhamento da prova, o Ministro Teori excluiu expressamente a possibilidade de vocês investigarem e denunciarem o Lula por crime de organização criminosa, que seguia no Supremo, e vocês fizeram isso’”, disse Wagner, lendo a transcrição do capítulo, intitulado “O objeto de desejo chamado Lula”. E emendou: “Vocês desobedeceram a ordem do ministro e colocaram como crime precedente a dita organização criminosa. Eu não tenho o que fazer com isso”.

Wagner disse que as revelações são graves. “Esse é o processo que encarcera o ex-presidente da República há mais de um ano no Paraná, e que ele, do alto da sua dignidade, se nega a negociar, aceitando uma eventual progressão de pena com a tornozeleira, até que alguma decisão superior anule, cancele ou afirme a sua inocência”, concluiu.

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