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Sem-vergonhice é o programa político do ladrão

Temer é um walking dead
publicado 30/06/2017
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Conversa Afiada tem o imenso prazer de publicar artigo exclusivo de seu colUnista Joaquim Xavier:

Liberou geral


No país sem leis em que o Brasil se transformou, vale tudo. O ministro Marco Aurélio devolveu o mandato a um gângster confesso, o mineirinho. Vetou também a prisão do mesmo meliante que negocia propinas a céu aberto, promete matar o próprio primo e faz chicanas com o sinistro Gilmar Mendes.

O supremo tribunal federal (tudo em mínúscula mesmo) dá assim outro passo para se igualar ao congresso infestado de criminosos na tarefa de selecionar amigos e inimigos. Amigos são todos os que se opõem a Lula e ao PT. Inimigos, os que ousam defender conquistas sociais e os interesses do povo. Simples assim.

A sem-vergonhice virou o único programa político nestes tempos de Temer, o bandido dos bandidos. Exagero? Longe disso. O sinistro “ministro” Mendes, por exemplo, foi se encontrar com Temer no mesmo momento em que se discute a ida do criminoso ao cadafalso.

Juntos estavam Eliseu Quadrilha e Moreira Franco, aquele que adora um cofre. O encontro às escondidas foi omitido da agenda oficial.

Ao ser descoberto, tudo bem. Reescreve-se a agenda para inserir um encontro que até então inexistia na papelada oficial. O tal supremo finge não ter nada a ver com a história de um de seus membros discutir manobras para safar um delinquente que o mesmo tribunal vai julgar. Esta é a ética dos bandidos.

Cada um manda no seu pedaço. A Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes. Só idiotas acreditam que é simplesmente por falta de dinheiro. Foi claramente uma cusparada na cara do “presidente” e de seu assecla instalado no ministério da justiça. “Aqui, não”: eis o recado da PF. O planalto finge se mexer para resolver o problema. A questão é que a PF, ela mesma uma flor que não se cheire, mais do que ninguém conhece todos os podres do golpista. Está tudo lá guardadinho.

Mais e mais vão se assistir a eventos parecidos. O serviço público, já em petição de miséria, tende a sofrer um colapso generalizado. Não há chefe. Os chefetes que invocam falar em nome do “presidente” viram motivo de chacota. Que “presidente” afinal? Aquele que rouba, muda de versão diariamente para explicar seus delitos, quer destruir conquistas elementares do povo, é humilhado mundialmente, foge de encontros internacionais e circula como um “walking dead” aos olhos de todos? Faça-me um favor.

É o mesmo sentimento predominante na rotina da vida real. Índices mostram que a inadimplência cresce sem parar. Multiplicam-se as quebras de empresas. Nas famílias, falta dinheiro para pagar as contas num país de 14 milhões de desempregados. Mais do que isso: diante da ética da roubalheira prevalecente no Brasil, muitos, e cada vez mais, se perguntam: por que se matar para honrar compromissos se gatunos assumidos circulam livremente, assaltam o povo, o poder e ainda recebem o aval de uma justiça de araque?

E ainda querem condenar Lula.