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Saturnino está otimista !

A UDN não ganha eleição!
publicado 09/01/2016
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coxinha desinformado

Sugestão de Jonas Vaquer

O Conversa Afiada reproduz artigo de Saturnino Braga:


BRASIL  2016

Saiu Joaquim Levi e entrou Nelson Barbosa. Vai sair Eduardo Cunha, que só entrou para promover o impeachment. O que não significa o fim do impeachment, já que os interessados querem continuar sangrando indefinidamente o Governo, mesmo ao preço de sangrar o Brasil, com a realimentação contínua de uma crise política sem fim. O pequeno Neves insistirá em sua derradeira cartada, embora o príncipe dos sociólogos talvez não queira mais se arriscar a uma erosão de imagem. Mas o Brasil é maior que tudo isso, e vai recuperar a saúde, lentamente, sim, ao curso deste 2016.

A taxa de câmbio encontrou um patamar realista e as contas externas se vão equilibrando: a balança comercial teve um superávit de US$ 20 bilhões e os investimentos externos continuam elevados. O ajuste fiscal também encontrou um nível mais adequado, menos demolidor, e a receita vai parar de cair, e vai retomar seu ritmo positivo com a reaprovação da CPMF, que nunca deveria ter sido abolida, senão em troca de uma profunda reformulação do imposto de renda. A medida provisória 703, permitindo acordos de leniência com as empresas envolvidas nas apurações de corrupção, vai propiciar a retomada das atividades dessas importantes forças da economia nacional. A Petrobras se rearruma e tem todas as condições de recuperar seu papel decisivo de alavanca mais potente desta economia, apesar do continuado e político aviltamento do preço do petróleo. Ficam faltando a redução da espoliativa taxa de juros que virá a seu tempo (que seja curto este tempo), e a implementação de uma política reativadora da indústria, desgastada por anos de câmbio valorizado.

O PT, reanimado com a demissão de Levi e bem ciente, agora, de que a ética dos fins por si só não basta e é necessário também o rigor na ética dos meios (como clamava na sua origem), o PT procura religar-se a suas bases e oferece uma proposta de política econômica bastante positiva (com exceção da desnecessária legalização do jogo). E o governo, em sintonia, anuncia medidas na direção da revitalização da economia.

Chove bastante no centro-sul e o ano começa com uma brisa de bons augúrios para nós brasileiros. O mundo continua afundado em grave crise, econômica e político-militar, mas também mostra aspectos animadores: a liderança expressiva do Papa Francisco e o avanço do Acordo ambiental de Paris. Eu me regozijo com as apreciações do sociólogo italiano Domenico de Masi sobre o nosso País, e me permito prever unicamente que Dilma Rousseff terá uma vitória expressiva e merecida ao fim do seu mandato, depois de enfrentar com bravura, com firmeza e honradez, toda uma investida demolidora dos interesses do grande capital. O capital conseguiu derrotar a Argentina e, provavelmente, levará à derrocada a revolução venezuelana. O Brasil entretanto é maior e mais capaz de resisitir: a Petrobras é muito sólida e competente, as universidades brasileiras cresceram uma enormidade neste início de século, seus frutos vão aparecer, e a consciência de sustentação do modelo de novo desenvolvimento com mais justiça e mais independência enraizou-se com profundidade no pensamento popular.

O PT, que foi o principal veículo desse projeto, sofreu grande desgaste e seu reerguimento como partido vai exigir toda uma demorada reformulação que pode ultrapassar o tempo da eleição geral de 2018. Enganam-se, todavia, os que pensam que o PSDB pode levar: o novo pensamento cristalizou-se na visão popular, apesar de toda a campanha da mídia comprometida com o capital. Ademais, a História garante que a UDN não ganha eleição presidencial no Brasil.

Pode ser pouco para uma perspectiva otimista, mas dá para ver um ponto de inflexão na trajetória amarga de todo esse ano que findou.

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