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Quem vai prender o Lula é o Dr. Gebran

Só a política salva. Ou seja, o réu!
publicado 11/05/2017
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O Moro imobiliza e o Dr. Gebran vai enfiar a faca (Reprodução: Lula.com.br)

O Conversa Afiada reproduz trechos iluminados de artigo de Maria Cristina Fernandes, no PiG cheiroso:

(...)

Nos autos de seu baú já tem a condução coercitiva, o impedimento de sua posse no ministério, a quebra do sigilo telefônico de sua sucessora e decisões de primeira instância de juízes militantes do antipetismo como aquele que, esta semana, mandou fechar a sede de seu instituto. Formam um escudo sob o qual buscam se abrigar políticos de todos os naipes, sem o mesmo talento para o palco. Esperam contar, na partida, com o beneplácito de três ministros do Supremo Tribunal Federal.

Moro não gostaria mas foi obrigado a reconhecer, no vídeo em que pediu sua desmobilização, que tem torcida ruidosa. E se vale dela para enfrentar o desmonte da operação por ele liderada. Em palestra na véspera do interrogatório de ontem, Moro citou, nominalmente, os juízes com os quais espera conter a troica suprema: João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Felix Fischer, ministro do Superior Tribunal de Justiça, e Edson Fachin, ministro do STF. Paranaenses como Moro (Fischer nasceu na Alemanha, mas foi criado no Estado), os três ministros são relatores da Lava-Jato em seus respectivos tribunais.

É nas mãos de Gebran, em grande parte, que estarão depositados os rumos da sucessão de 2018. Se sentenciado por Moro, Lula terá que ser condenado pelo TRF para ser excluído da disputa.

Ao falar dos juízes responsáveis por dar prosseguimento à Lava-jato, Moro mostrou que o momento sensível ao qual chegou a operação pesou sobre seus ombros. Lembrou que, ao ser informado da morte de Teori Zavascki, chamou-o de herói. Nesse momento, o gélido juiz parou a fala e desviou o rosto para o lado. O mediador tomou a palavra até que Moro se recompusesse. O juiz voltou a olhar para a plateia sem demonstrar emoção. Disse que houve quem considerasse o comentário sobre Teori exagerado, mas ele não arredava o pé de prestar homenagem à sua coragem.

(...)

O juiz sinalizou que manter Palocci preso hoje é muito mais decisivo para o futuro da Lava-Jato do que decretar a prisão preventiva de Lula. Uma detenção do ex-presidente potencializaria o mais poderoso cabo eleitoral do PT como mártir e radicalizaria os antagonismos da torcida de Lula, que hoje lidera a corrida presidencial, com o juiz de Curitiba. É tudo o que Moro não precisa nesse momento, como deixou claro ontem ao ouvir, pacientemente, sucessivas interpelações do advogado de Lula e esclarecer, nas preliminares, ao ex-presidente: "Não tenho qualquer desavença pessoal com o senhor".

Ser identificado como motivador de ações radicalizadas país afora tira do juiz a condição de portador da serenidade necessária para conduzir um julgamento desse porte. É prato cheio para ministros do STF que se assenhoram do processo.

(...)

O clima de acirramento que domina ruas e cortes superiores é desfavorável à justiça. Num caldeirão em que se mesclam acusações de perseguição judicial de réus e suspeição de parcialidade de juízes e promotores, só a política salva. E nesta, de uma vez por todas, quem comanda o espetáculo, não é o juiz, mas o réu.