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PM invade plenária do PSOL em São Paulo

Policiais admitiram que estavam monitorando participantes
publicado 04/08/2019
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Juliano Medeiros, presidente do PSOL, denunciou o caso no Twitter (Reprodução)

Na manhã de sábado (3/VIII), policiais militares invadiram uma plenária de mulheres do PSOL, no centro de São Paulo. Os PMs solicitaram os documentos das organizadoras do evento, que aconteceu na sede do Sindicato do Ensino Municipal da capital e reuniu cerca de 600 participantes.

O PSOL afirmou que a ação da polícia ocorreu sem mandado. Já a PM diz que a operação ocorreu para "verificar concentração de pessoas".

Aos participantes, entretanto, os policiais afirmaram que estavam "monitorando os presentes" - inclusive pelas redes sociais.

"Eles vieram no sentido de tentar nos intimidar, pedindo a identificação de quem estava organizando o evento. Falaram que sabiam do que se tratava porque estavam monitorando a gente, sabiam até quantas pessoas vinham”, disse Paula Coradi, da direção do PSOL. Ela também afirma que os policiais deixaram o local após as participantes argumentarem que a reunião partidária é um direito garantido pela Constituição brasileira.

"Foram embora porque a gente não cedeu a essa pressão, mas eles prometeram voltar no fim da tarde", continuou.

"Uma das agentes disse que sabia da programação e o nome das pessoas que falariam no evento. Ela deixou claro que estava vindo aqui para monitorar, tanto que afirmou que voltaria com o comandante. Mas a gente não se intimidou", disse Mariana Riscali, também da direção do PSOL.

Juliano Medeiros, presidente nacional do partido, chamou o incidente de "grave ataque ao direito de livre organização". E completou: "não há qualquer justificativa para que a PM 'monitore' um evento partidário".⠀

O PSOL irá acionar o Ministério Público e cobrar explicações do governador João Doria sobre a ação da Polícia Militar.

Ao G1, o presidente da comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP, Hélio Silveira, também criticou a abordagem da polícia: "É um absurdo. As reuniões políticas são permitidas pela Constituição em qualquer lugar, ainda mais em um sindicato. É intrínseco ao regime democrático. A Polícia Militar não pode fazer esse tipo de monitoramento, não pode fazer qualquer tipo de intimidação, não pode fazer essa invasão", diz.

"O comandante geral da Polícia Militar e o governador de São Paulo devem explicações de quem ordenou esse tipo de ação. Isso não atinge apenas o PSOL, mas todos os partidos políticos. Qualquer partido que realizar uma reunião não deve ser abordado por policiais. Esse tipo de monitoramento era feito na ditadura militar, isso não pode ocorrer novamente. É intolerável."

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