Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Nicolelis: novo estudo deve ser a pá de cal no uso da cloroquina contra Covid-19

Nicolelis: novo estudo deve ser a pá de cal no uso da cloroquina contra Covid-19

"Se não for, nada mais será"
publicado 22/05/2020
Comments
Untitled-7.jpg

Opinião do neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste e um dos principais cientistas do mundo, sobre o mega-estudo que reafirmou a ineficácia da cloroquina no combate à Covid-19 (veja detalhes abaixo):

Se isso ñ for a pá de cal no uso da Cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento de covid19 nada mais será! pic.twitter.com/yFTnxf5dMW

— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) May 22, 2020

Pesquisa científica publicada na conceituada revista "The Lancet" com 96 mil pacientes aponta que a hidroxicloroquina e a cloroquina não apresentam benefícios no tratamento contra Covid-19. Os resultados, divulgados nesta sexta-feira 22/V, mostram que também não há melhora na recuperação dos infectados, mas existe um risco maior de morte e piora cardíaca durante a hospitalização pelo coronavírus.

Os cientistas compararam os resultados de 1.868 pessoas que receberam apenas cloroquina, 3.016 que receberam só hidroxicloroquina, 3.783 que tomaram a combinação de cloroquina e macrólidos (uma classe de antibióticos), e mais 6.221 pacientes com hidroxicloroquina e macrólidos. O grupo de controle, que serve para comparação e não fez uso dos medicamentos, é formado por 81.144 pacientes.

Diz o G1:

No final do período, 1 a cada 11 pacientes do grupo controle havia morrido - 7.530 pessoas (9,3%). Todos os quatro tipos de tratamento foram associados com um risco maior de morrer no hospital:

  • Dos que apenas usaram cloroquina ou hidroxicloroquina, cerca de 1 a cada 6 pacientes morreu. Foram 307 pessoas que tomaram cloroquina (16,4%) e 543 que tomaram hidroxicloroquina (18%).
  • Dos que tomaram cloroquina ou hidroxicloroquina com macrólidos, cerca de 1 a cada 5 pacientes morreu. Houve 839 mortes (22,2%) no caso de uso de cloroquina com antibiótico e 1.479 (23,8%) na combinação de hidroxicloroquina com antibiótico.


"De acordo com os autores, os pacientes medicados com as substâncias apresentaram também risco maior de desenvolver arritmia cardíaca. A maior taxa foi vista em pacientes que receberam a hidroxicloroquina em combinação com os antibióticos: 8% ou 502 pessoas em um grupo de 6.221. O grupo controle, que não recebeu as substâncias, teve um índice de 0,3%. Este é o maior estudo feito com pacientes infectados e internados com a Covid-19 e a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina", completa o site.