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Moro: "gravação trará à luz declarações de tom autoritário" de Bolsonaro

"Inviáveis de permanecerem nas sombras"
publicado 13/05/2020
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(Marcos Corrêa/PR)

A defesa de Sergio Moro voltou a se manifestar pela divulgação integral do vídeo da reunião ministerial de 22/IV. Para os advogados, em pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e obtido pela Veja, “a divulgação integral do seu conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica, permitindo o escrutínio de seu teor não só neste Inquérito policial mas, igualmente, por toda a sociedade civil” dos atos do governo na ocasião.

A defesa afirma que a “publicidade total da gravação trará à luz inquietantes declarações de tom autoritário inviáveis de permanecerem nas sombras, pois não condizem com os valores estampados de forma categórica no artigo 5. da Constituição Federal de 1988”.

No pedido para que o ministro Celso de Mello libere a gravação, os advogados de Moro citam declaração do próprio decano em sessão em que homenageou o presidente da Corte, Dias Toffoli:

“O País vive um momento extremamente delicado em sua vida político-institucional, pois de sua trajetória emergem, como espectros ameaçadores, surtos autoritários, inconformismos incompatíveis com os fundamentos legitimadores do Estado de direito e manifestações de grave intolerância que dividem a sociedade civil, agravados pela atuação sinistra de delinquentes que vivem na atmosfera sombria do submundo digital, em perseguição a um estranho e perigoso projeto de poder, cuja implementação certamente comprometerá a integridade dos princípios que informam e sobre os quais se estrutura esta República democrática e laica, concebida sob o signo inspirador e luminoso da liberdade, da solidariedade, do pluralismo político, do convívio harmonioso entre as pessoas, da livre e ampla circulação de ideias e opiniões, do veto ao discurso de ódio, do repúdio a qualquer tratamento preconceituoso e discriminatório, do respeito indeclinável pelas diferenças e da observância incondicional aos direitos fundamentais de todos os que integram, sem qualquer distinção, a coletividade nacional.”