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Lula: por que não vem ao caso?

Lula ao The Guardian e ao Moro
publicado 05/07/2016
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Créditos: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

No Opera Mundi:

"Por que não investigam todos os partidos?", questiona Lula ao Guardian sobre Lava Jato

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian publicada nesta segunda-feira (04/07), o ex-presidente Luiz Inácio da Silva falou sobre a atual situação política no Brasil e a Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de propinas a políticos a partir de contratos com a estatal Petrobras. Para Lula, o foco das investigações no PT (Partido dos Trabalhadores) e o vazamento para a imprensa de áudios de telefonemas entre ele e a presidente Dilma Rousseff, em março, são indícios de que a operação é parte de uma "trama" para tirar o PT do poder no Brasil.

"Por que não investigam como todos os partidos políticos arrecadam fundos?", questionou o ex-presidente sobre as investigações sobre o financiamento de campanhas de políticos do PT. "Da maneira como tem sido feito, fica a impressão de que todo o dinheiro para o PT é sujo e que todo o dinheiro para o PSDB é limpo."

A matéria, intitulada "'Não há crime': ex-presidente brasileiro mantém fé em partido e sistema judiciário", começa com o relato de Lula sobre a sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril, que decidiu em prol do seguimento do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. “Foi muito triste. Sofri muito", declarou Lula, que disse ter visto “o projeto de transformar esse país desmoronando”.

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Ao The Guardian, Lula disse acreditar que a “ênfase” do PT nas camadas mais pobres, as políticas de distribuição de renda e o aumento de gastos com educação pública e saúde “incomodaram muita gente”.

“Agora há mais [pessoas da nova classe média] nas ruas, nos teatros, nos aeroportos. Parte da elite não quer dividir”, declarou.

Segundo ele, as investigações da Operação Lava Jato são parte de uma “trama” para tirar o Partido dos Trabalhadores do poder e evitar que Lula concorra novamente às eleições presidenciais em 2018.

“Acredito que há uma combinação entre algumas partes da mídia, da promotoria e da polícia para destruir minha imagem”, disse o ex-presidente. “É tudo com um objetivo: condenar Lula”.

Ele criticou também os setores de direita que, segundo ele, não respeitam o direito de escolha da população.

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“Não pretendo mudar quem eu sou. Eu fui o melhor [presidente] até hoje”, concluiu Lula.