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"Isso aqui é uma Disneylândia financeira. Essa turma embolsa tudo"

Boulos: quem acabou com o imposto sobre lucros e dividendos foi o FHC!
publicado 02/04/2018
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Quem gosta de banqueiro é o FHC... (Créditos: Alice Vergueiro/Folhapress)

O Conversa Afiada reproduz trechos da entrevista de Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência, ao Jornal do Brasil:

Filho de médico e professora de classe média, o paulista Guilherme Boulos, 36, é filósofo, professor, psicanalista e o candidato do Psol à Presidência da República. Começou na militância aos 15 anos. Mais tarde, foi morar na Ocupação Carlos Lamarca, do MTST, em Osasco, grande São Paulo, e segundo o próprio, encantou-se com a luta “legítima e autêntica” do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Segundo Boulos, a plataforma de sua campanha é socialista e de enfrentamento à desigualdade social. Defende que os ricos paguem mais impostos do que os pobres e diz que a classe média é vítima do atual sistema tributário. “O Brasil é uma Disneylândia financeira, essa turma embolsa tudo”.

(...) JB: Quem assumir o país terá uma tarefa nada fácil, há uma crise financeira... Você está apresentando como saída uma plataforma socialista?

Boulos:
Sem dúvida, socialismo é ter a coragem de enfrentar o abismo da desigualdade social e levar isso até as últimas consequências. É preciso ter políticas, coragem e mobilização da sociedade. Nós defendemos uma profunda reforma tributária progressiva.

JB: Você está falando de tributação de lucros e dividendos, imposto sobre herança, grandes fortunas...

Boulos:
O imposto sobre lucros e dividendos existe na maior parte do mundo, aqui existia até o governo Fernando Henrique. Há previsões econômicas de que a arrecadação pode ser de R$ 100 bilhões por ano. O Joesley Batista recebeu R$ 100 milhões de lucros e dividendos da Friboi e pagou R$ 300 mil de imposto, menos de 1%. É escandaloso! As faixas mais baixas do trabalhador da classe média pagam até 17%. Hoje, o pobre paga mais imposto do que o rico. O imposto sobre grandes fortunas é previsto na Constituição e está sem regulamentar, e a alíquota sobre herança é 8%. Nos Estados Unidos, que não pode ser acusado de ser comunista, chega 40%. Não se trata de defender aumento de imposto, se trata de justiça tributária. (...)