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Golpe na Bolívia: Polícia agride senadora pró-Morales e impede entrada no Congresso

Avança a repressão
publicado 13/11/2019
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Via Opera MundiA polícia boliviana impediu nesta quarta-feira (13/11) que a senadora Adriana Salvatierra, do MAS (Movimento al Socialismo), entrasse na praça Murillo, onde fica o Congresso do país, e chegou a agredi-la.

Imagens em redes sociais mostram Salvatierra tentando passar a barreira policial montada na entrada da praça e sendo impedida pelos oficiais. Em fotos tiradas após o ocorrido, a senadora aparece machucada e com a roupa rasgada.

Salvatierra havia anunciado sua renúncia à presidência do Senado no último domingo (10/11), pela televisão, mas, segundo a própria, isso não inclui deixar o cargo de senadora. Tecnicamente, como a renúncia não foi lida pelo plenário - por falta de quórum, já que os parlamentares masistas não tiveram garantias de segurança - ela ainda teria direito, inclusive, a ocupar a chefia da Casa, o que a deixaria na linha sucessória da presidência do país.

“Eu sim, disse publicamente, que renunciava à presidência da Câmara de Senadores, e isso não foi posto sequer em consideração, para que o plenário considerasse. Como nós podemos falar de garantias com uma senadora [Jeanine Áñez] que o único que fez foi instalar uma sessão de forma ilegal e, ao terminar a sessão, se proclamou presidente? Isso não é correto”, explicou Salvatierra, em entrevista coletiva à imprensa.

Impactante la agresión a la senadora Adriana Salvatierra en Bolivia. No la quieren dejar pasar porque está en la línea de sucesión de Evo Morales. Así actúa el golpe de Estado. pic.twitter.com/NuQO2dXtKB

— Juan Manuel Karg (@jmkarg) November 13, 2019

A senadora se refere à autoproclamada presidente do país, Jeanine Áñez, que era a segunda vice-presidente do Senado. Descumprindo o rito constitucional, Áñez discursou como presidente mesmo sem ter sido empossada pela Assembleia Legislativa Plurinacional. A sessão prevista para esta terça-feira não teve quórum, uma vez que os parlamentares do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, se recusaram a participar por falta de garantias políticas.

Ou seja: sem que a renúncia de Salvatierra à presidência do Senado tivesse sido formalmente lida, e tampouco sem quórum na sessão, Áñez assumiu a liderança da Casa e, por conta da linha sucessória do país, se alçou à presidência da Bolívia.

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