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Freixo aponta o caminho para a esquerda vencer Bolsonaro

"Esquerda precisa se unir para derrotar o tosco, violento e autoritário"
publicado 16/05/2020
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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) prega a união da esquerda para derrotar o bolsonarismo.

Em entrevista ao Globo, Freixo justificou a retirada de sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro e defendeu que os partidos de esquerda precisam apresentar um projeto melhor do que o de Bolsonaro.

"O Bolsonaro é tosco, violento e autoritário. Para derrotar o bolsonarismo é preciso mais que responder as crises que ele provoca. Tem que ir além. Temos que vencê-lo com um projeto que seja melhor que o dele. Qual é o nosso projeto? E aí acho que o desafio que está colocado é construir uma proposta calcada no combate à desigualdade e na garantia de direitos", apontou o deputado.

"Temos que retomar a Constituição de 1988. Precisamos de um projeto que não seja meu, do (Fernando) Haddad, do Ciro (Gomes), de quem for. Estou pedindo uma unidade tanto no Rio quanto em outros lugres. Vou dar um exemplo: acho importante apoiar a Manuela D'Ávila em Porto Alegre. É uma candidata compatível com o que estamos debatendo e não tem unidade lá também. Em Pernambuco, a gente teve uma situação delicadíssima e não podemos correr o risco de perder nenhuma capital do Nordeste", acrescentou.

Freixo usa como exemplo os vários pedidos de impeachment contra presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para criticar o seu campo político.

"Dou o exemplo do impeachment. Quantos projetos de impeachment tem na casa? Mais de 20. Por que não conseguimos construir um projeto de impeachment coletivo, sociedade civil e partidos? Porque ficou um correndo na frente do outro para ver quem dá mais entrevista. Fica um querendo dizer que é mais contra Bolsonaro que o outro", disse.

'É uma disputa de espaço ali, só que não vai ter vitorioso de pedaço. A gente precisa ter maturidade. Muitas vezes conseguimos no Congresso. Mas a maturidade precisa sair dessas relações congressuais para as relações estratégicas de disputas eleitorais nas cidades. Não pode as pessoas se matarem nessas disputas. É muito ruim", completa.

Na sexta-feira (15/V), em entrevista exclusiva ao Conversa Afiada, Guilherme Boulos, companheiro de Freixo no PSOL, anunciou que a oposição ao governo prepara um mega-pedido de impeachment a ser protocolado na semana que vem na Câmara dos Deputados. (Assista à entrevista completa abaixo).

Aliança com o PT

Para Freixo, o ex-presidente Lula pode colaborar para derrotar o bolsonarismo. O deputado acredita que o PT é importante na batalha contra Bolsonaro.

"O Lula, quando ganha a liberdade, sai numa ofensiva de rua. Vem a pandemia e ele perde muito espaço. Nas redes sociais, Lula não é o mesmo que num palanque. Ele tem uma capacidade de dialogar com o povo pobre desse país que talvez só o Bolsonaro tenha neste momento. Não acho que o Lula seja uma força que atrapalha essa unidade. Ele pode ajudar muito. Se ele tiver o mesmo entendimento da necessidade de unidade, acho que ajuda muito. Com todas as criticas que se possa ter ao PT, aos erros e acertos, não vamos construir um campo capaz de derrotar o bolsonarismo sem eles", frisa.

Prefeitura do Rio

O deputado justificou sua desistência da disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.

"Não é uma notícia que dou com alegria. É uma decisão em formato de gesto, mais do que de palavras. É doído, mas é preciso que a gente sacuda um pouco esse processo para tentar a construção de um projeto no Brasil. Estou fazendo isso em nome de algo que é maior do que qualquer coisa. Considero o governo Bolsonaro uma ameaça à democracia. E por que tanta gente competente está assistindo a um incompetente no poder? Algum erro todos nós cometemos e estou me incluindo", esclarece Freixo.

Ele continua: "Estou tendo um gesto de chamar para a unidade. No Rio, coloquei minha candidatura, que era supostamente natural. Tive muito apoio de imediato do PT, de quem não tenho uma vírgula para falar. No Rio, não houve nenhuma crise de hegemonismo do PT do qual ele é acusado em outros lugares. Também estava tendo diálogo com o PCdo B. Mas o PDT não aceitou essa composição, mesmo com muito diálogo com o (Carlos) Lupi. Mas, ele entende que o PDT tem que lançar candidato porque tem projeto para 2022. O PSB sequer quis fazer reunião, mesmo eu tendo solicitado inúmeras vezes", concluiu.

Assista à entrevista exclusiva de Guilherme Boulos (PSOL-SP) ao Conversa Afiada.