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Flávio Dino: há motivos constitucionais para o impeachment

Governador ressalta, porém, que primeiro a preocupação é com a pandemia
publicado 19/04/2020
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PcdoB), afirmou que, embora não seja o momento, há motivos constitucionais para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em entrevista à agência EFE, Dino justificou que a pandemia provocada pelo novo coronavírus impede qualquer discussão a esse respeito.

"Acho que neste momento não há espaço para discutir impeachment ou nada desse tipo, embora haja motivos constitucionais", disse.

Em sua avaliação, o presidente atrapalha a ação dos governadores no combate à Covid-19.

"O presidente da República é, no nosso sistema constitucional, a mais alta autoridade. Ele exerce uma série de poderes materiais, práticos e também simbólicos, como o poder da palavra presidencial. Naturalmente ela tem um papel de persuasão e dissuasão não só entre seus apoiadores mais fiéis, mas também em relação à sociedade como um todo. E isso faz com que os governadores tenham um esforço adicional. Além de tomar decisões, têm que lutar para mantê-las nos tribunais, porque o próprio Governo Federal tenta derrubá-las, e lutar para convencer a sociedade de que aquilo que o presidente da República está dizendo e fazendo não é o certo", apontou.

Para acrescentar: "O presidente da República faz uma manobra de tentar imputar aos governadores o ônus da crise econômica já instalada, no caso brasileiro pré-existente, agudizada pelo coronavírus. Ele usa a crítica às medidas sanitárias para tentar fixar o ônus da crise econômica sobre os ombros dos governadores. Isso é perverso, é uma barbaridade, é algo desleal, seja do ponto de vista das relações federativas, seja do ponto de vista das relações políticas. Gostaria muito que houvesse um outro ambiente, em que as diferenças políticas fossem substituídas pela compreensão do papel da união nacional nesse momento tão grave".

Para Dino, "Bolsonaro partiu de uma premissa equivocada, e essa premissa explica o conjunto de erros decorrentes".

A premissa, segundo ele, é negacionista. "Como ele minimizava o problema por motivos ideológicos, muuto singulares e próprios desse ideário de extrema-direita que professa, ele não preparou o Brasil, então não houve a implementação adequada de uma coordenação nacional, não há sequer estabilidade na equipe da saúde".

Frente ampla

Na entrevista, Dino buscou se afastar no tema eleições nacionais de 2022. "Hoje, no meio desse turbilhão, é claro que a eleição presidencial se tornou ainda mais distante".

Para esse momento de crise, o governador pregou a formação de uma frente ampla, inclusive com a direita.

"Ou nós fazemos uma frente ampla do nosso lado, ou a frente ampla estará do outro lado. Essa frente ampla é importante neste momento, agora, muito dificilmente isso se traduzirá em um projeto eleitoral comum em 2022, pois existem diferenças programáticas, como o combate à desigualdade social, a importância das políticas públicas".

Leia a entrevista completa aqui.