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E se o Golpe se concretizar?

Torrar as reservas, já!
publicado 11/03/2016
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nicolelis

No Twitter do cientista Miguel Nicolelis

O Conversa Afiada reproduz artigo de Nilson Lage, a partir do Tijolaço:


E se o golpe se consumar? Por Nilson Lage

O golpe sai às ruas neste domingo – e já está tecnicamente dado.

Faltam detalhes e a certidão.

Se consumado, o Brasil voltará às mãos de quem sempre o infelicitou.

Doutores, bacharéis, sebosos letrados.

Picaretas provincianos.

Clérigos enriquecidos.

Mauricinhos e dondocas.

Mervais, Constantinos, Olavos e Ataulfos.

Radicais de esquerda.

Pelo que se vê na Argentina, a primeira medida será queimar os US$ 370 bi de reservas e pedir mais outro tanto emprestado, com juros elevados que ninguém no mundo paga.

Dólar barato, ponte aérea para Miami, Los Angeles e Nova York.

Campanhas de alerta quanto ao perigo do imperialismo chinês e do neocomunismo russo.

Encolher a Petrobrás até sumir. Entregar as reservas do pré-sal às empresas anglo-americanas.

Parar Belo Monte e qualquer obra que implique incorporação econômica da Amazônia ao Brasil.

Entregar para não integrar.

Alinhamento automático com a “pujante economia do Ocidente”.

Forte transferência de recursos públicos para os oligopólios de mídia.

Concentração das acusações de corrupção em pessoas e empresas ligadas de alguma forma ao governo nos últimos anos.

Fim do emprego, corte dos “privilégios trabalhistas”, regulação do trabalho pelo Código Civil. Toda força à negociação sindical por empresa. Congelamento do salário mínimo.

Aplicação dos recursos orçamentários para educação e saúde via empresas privadas do ramo, na forma desregulamentada de “organizações sociais”. Fim da gratuidade no ensino superior.

Algumas coisas serão oferecidas à esquerda: expansão das áreas ocupadas por “nações” indígenas, reflorestamento de áreas agriculturáveis, combate aos agrotóxicos, contenção do agronegócio, subsídio a atividades culturais selecionadas (filmes, peças de teatro, festivais ) , apoio às minorias culturais e tolerância com comportamentos incomuns – qualquer coisa , por mais crítica que seja, desde que não envolva conflitos de classe social. Dessa perspectiva, ampla liberdade.

As forças armadas poderão comprar, se quiserem, brinquedos bélicos de último modelo e talvez sejam admitidas em campanhas secundárias em guerras que virão em breve. Por ora, cuidarão do contrabando de fronteira.

Com o dinheiro dos empréstimos, haverá forte incentivo ao consumo e à importação de bens sofisticados, embelezamento das cidades e clima de euforia nos lugares mais visíveis.

Até se completar o ciclo.

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