Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Dilma sabia que Aécio era playboy, mas não que era tão ladrão!

Dilma sabia que Aécio era playboy, mas não que era tão ladrão!

Moro só descobriu que Cunha tinha conta na Suíça depois do impeachment?
publicado 19/01/2018
Comments
Sem Título-20.jpg

O candidato-não-candidato Huck (D) e, segundo a Dilma, o "superficial, irresponsável, playboy, inconsequente e protegido pela mídia" (Reprodução)

O Conversa Afiada reproduz trechos de entrevista concedida pela Presidenta Dilma Rousseff a Rosane de Oliveira, da Zero Hora:

A senhora tem esperança de que o TRF4 reverta a condenação do ex-presidente Lula?
No caso Lula, temos vários problemas. Quando sofri o impeachment, disse que haveria consequências institucionais, que não tinha crime de responsabilidade, e uma certa omissão dos órgãos judiciais. No mínimo, você teria medidas de exceção e isso se viu ao longo destes 18 meses. O julgamento do Lula é típico de uma certa situação que se chama de lawfare, que é o uso da lei como arma. Em vez de você usar revólveres, metralhadoras, bombas ou tanques, usa a lei como forma de destruição do inimigo. O triplex, segundo a defesa alertou durante o julgamento antes da sentença, tinha sido dado em garantia pela OAS para a Caixa Econômica Federal num processo de pagamento de dívidas. Agora, a juíza Luciana Corrêa de Oliveira dá em penhora o apartamento triplex. Ora, se o Lula não tem a propriedade, que história é essa?

Acredita que o TRF4 pode reverter a sentença do juiz Moro?
Acho que estamos diante de um julgamento político do Lula até agora. A ação contra Lula continua golpe que começou no impeachment. O TRF4 pode retomar a credibilidade do Judiciário e fazer um julgamento jurídico e responder todas as questões irregulares da sentença.  

(...) 

O juiz Sergio Moro também tem sido duro com pessoas de outros partidos. Condenou Eduardo Cunha, por exemplo.
Sim, com provas cabais. E só foi condenado depois do meu impeachment. Antes, quem não sabia que ele tinha conta na Suíça?

Mas até então ele tinha foro privilegiado.
Querida, negativo. Ele tinha o foro e todo mundo sabia quem ele era. Do senador Delcídio Amaral tiraram o foro privilegiado um dia depois. Com o Eduardo Cunha, levaram de dezembro a maio. Ele presidiu meu impeachment no dia 17 de abril. O autor do impeachment é ele. É o grande articulador.

Sem ele não teria ocorrido o impeachment?
Não há por quê. Pelo mesmo motivo que o senhor Temer, por duas vezes, é impedido pela Câmara de ser julgado. Por quê? Porque Temer se baseou nos votos daqueles comprados pelo senhor Eduardo Cunha, que deu base também para o impeachment. O golpe não é um ato inaugural. Tira sem crime de responsabilidade uma presidente com 54 milhões de votos e dá um mandato para quem não teve nenhum voto. Esse é o primeiro ato. E aí tem o segundo, que é aplicar um programa por quatro vezes derrotado nas eleições presidenciais. Esse programa não tem respaldo popular. Quem tem a ousadia de dizer que o povo aprovaria a reforma trabalhista, que agora vai explodir em tudo quanto é lugar? A terceira fase do golpe é expandir as medidas, vender um pedaço da Petrobras.  

(...) O que a senhora sentiu quando ouviu a gravação de Aécio Neves pedindo dinheiro ao dono da JBS? 
Querida, posso falar uma coisa? Não é uma questão de vingança pessoal, não pode ser, não é isso. 

Mas qual foi a sua sensação, já que ele sempre foi um dos seus críticos mais duros?
Minha filha, quem é que não sabia quem era o Aécio, pô? Fui presidente da República, você acha que não tenho uma avaliação do Aécio? Não sabia que ele era tão ladrão, mas que ele era superficial, irresponsável, playboy, inconsequente, e que a mídia o protegia eu sabia. A irresponsabilidade desse rapaz é assustadora para o seu país, mostra que isso é a visão do playboy, que quer, sobretudo, usufruir da vida, não quer dar nada em troca.  

(...)