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Cruvinel no JB critica Ciro e FHC

Quem não está contra Bolsonaro é a favor dele
publicado 12/10/2018
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Créditos: Rapé Monero/Washington Post

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Razões menores


E como podem, diante do cenário claramente projetado, os partidos centrais do sistema político, e suas lideranças mais importantes, optarem pelo conforto da neutralidade? A situação criada não comporta isenção. Quem não está contra Bolsonaro, está a favor dele. Ontem foi o MDB que declarou sua neutralidade, liberando os filiados para apoiarem quem quiser. Já haviam feito isso PP, PPS, PR, PRB, SD, Novo, Patriota, Podemos e DEM. O PTB assumiu que apoia. Quase todos estes aí se apresentam como integrantes do “centro democrático”, fugindo ao rótulo de centro-direita. Não há mal no nome e uma direita civilizada faz falta, se tem compromisso com a democracia. Para ficar só no exemplo francês, ela se uniu com a esquerda e centro-esquerda para enfrentar a extrema direita no grande susto de 2002.

Todos estes partidos lavam as mãos, piscando para Bolsonaro, pensando numa composição lá adiante, quando ele precisar da maioria . Mas são movidos também pelo horror ao PT, pelo medo que o ingresso numa frente contra Bolsonaro seja visto pelos eleitores como um socorro ao PT, e não ao país que desperta a piedade do mundo. Desnecessário repetir que o PT cometeu seus erros, mas é importante assinalar que foi sua diabolização constante, seu espancamento como culpado de tudo, a amplificação do que fez, agregando calúnias e até mentiras toscas, como a do kit gay em que os evangélicos acreditam, que produziram isso aí: o furacão que passou sobre os partidos e a classe política, elegendo arrivistas e ameaçando nos impor Bolsonaro como presidente.

Não menos grave é a omissão do PDT e de Ciro Gomes, de quem se esperava um apoio decidido e firme à frente que já conta, além de PT e PC do B, com o PSB, o PSOL e o PPL. Corretamente Haddad já deixou de ser candidato do PT e de Lula para tornar-se candidato da resistência democrática. Mas o PDT declarou foi “apoio crítico” e em seguida Ciro pegou um avião para a Europa.