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Carlos Bolsonaro recebeu investigados por "rachadinha" pouco antes de seus depoimentos

O que foram fazer no gabinete?
publicado 12/02/2020
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(Crédito: Caio César/Agência Brasil)

Reportagem publicada pelo Globo nesta quarta-feira 12/II mostra que quatro ex-assessores do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), investigados pelo MP do Rio sob suspeita de participar de uma "rachadinha de salários" no gabinete de Carlos, estiveram com ele no Palácio Pedro Ernesto em 30/X do ano passado. É o mesmo período em que eles prestaram depoimentos ao MP sobre a "rachadinha". Um ex-auxiliar do hoje senador Flávio Bolsonaro, também investigado, esteve no gabinete de Carlos no mesmo dia. E nenhum deles, à época, frequentava mais a Câmara regularmente. Diz a reportagem:

Flávio, Carlos e os ex-assessores são alvos do MP-RJ em procedimentos sobre suspeitas de uso de funcionários fantasmas para devolução de salários, a prática conhecida como “rachadinha”. As visitas desses ex-auxiliares do vereador, filho do presidente Jair Bolsonaro, são incomuns. Dois deles, que são irmãos, constaram como assessores de Carlos entre 2001 e 2008, e a Câmara não tem registro de visita dos dois ao gabinete desde 2015. Eles entraram no Palácio Pedro Ernesto junto com a mãe no dia 30. Ela foi exonerada no início do ano passado e também não tinha mais retornado ao local. Outros dois ex-auxiliares, pai e filho, só estiveram juntos no local em junho, dois dias após O GLOBO tentar entrevistá-los.

(...) A contratação de parentes foi uma constante nos gabinetes da família Bolsonaro nas últimas décadas. Reportagem do GLOBO publicada em agosto de 2019 mostrou que o clã (Jair, Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro) nomeou 102 pessoas com laços familiares desde 1991. Procurado para comentar a proximidade das visitas à Câmara e os depoimentos, o gabinete de Carlos não se manifestou até a conclusão desta reportagem. Advogado de Flávio, Frederick Wassef não respondeu especificamente sobre a visita do ex-assessor e disse que há "obsessão" nas reportagens "contra a família Bolsonaro". O MP-RJ informou em nota que os procedimentos tramitam "sob absoluto sigilo, impossibilitando qualquer tipo de informação".

Os ex-assessores citados são: Rafael de Carvalho Góes, Rodrigo de Carvalho Góes e Neula de Carvalho Góes, mãe dos dois, além de Guilherme de Siqueira Hudson. Já Guilherme dos Santos Hudson, pai de Guilherme Siqueira, é um dos investigados no inquérito que apura peculato e lavagem de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro. Eles foram procurados pelo jornal, mas não explicaram o motivo da visita no dia 30.

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