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Bolsonaro já entregou mais de 300 cargos a indicações políticas

Toma lá, dá cá
publicado 06/06/2020
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(Marcos Corrêa/PR)

Dados publicados pelo Globo neste sábado 6/VI dão a dimensão da disposição do governo de Jair Bolsonaro a abrir espaço a indicações políticas. Desde julho do ano passado, parlamentares já pediram a nomeação para mais de 700 cargos federais — em 325 deles, ou 45% dos casos, o pleito foi atendido. Cerca de 200 foram rejeitados pelo governo, e o restante aguarda aprovação.

"As nomeações no ano passado costumavam ocorrer para cargos menores. Mais recentemente, o governo ampliou a aproximação com o centrão, permitindo que entrassem nas negociações postos que cuidam de orçamentos mais robustos. No recorte dos últimos dois meses, o governo recebeu 88 pedidos de nomeações de parlamentares, dos quais só 11 deles foram atendidos após análise do Palácio do Planalto", diz a reportagem.

Algumas dessas nomeações são emblemáticas. O Banco do Nordeste (BNB), com um presidente que durou um dia nesta semana, é simbólico. O PL tentou emplacar três nomes no banco desde o início do governo. Um deles era o analista do Banco Central Flávio Cals Dolabella, acusado por um delator da Odebrecht de receber propina para vazar documentos sigilosos.

O governo acabou por nomear Alexandre Borges Cabral, indicado do PTB. Houve reclamação do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que controla o PL. O Estadão revelou em seguida que o Tribunal de Contas da União (TCU) investiga suspeitas de irregularidades em contratações quando Cabral presidiu a Casa da Moeda. O governo, então, decidiu pela exoneração um dia após a nomeação.