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Bolsonaro ignorou por completo a desigualdade social!

Brito: hoje ficou por conta dos fanáticos...
publicado 01/01/2019
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Por Fernando Brito, no Tijolaço:

Depois da posse, ainda não tem governo, tem campanha


Os discursos do sr. Jair Bolsonaro – a que nos obriga a profissão! –  não trouxeram nenhum novidade em relação a seus discursos de campanha.

Nem mesmo o que Nélson Rodrigues chamaria de “óbvio ululante” num país politicamente polarizado, que seria um apelo ao fim dos ódios e a afirmação de que todos os brasileiros são iguais e merecem o mesmo respeito de seu governo.

Todas as menções políticas a “políticas sem ideologias” – recomenda-se às universidades que abram cursos para estudar esta inédita categoria política – foram, dentro dos limites possíveis pela ocasião, uma demonização de pensamentos divergentes.

Aliás, também fora dos limites, quando ele afirmou que “‘hoje o povo começa a se libertar do socialismo e do politicamente correto’.

Novamente se sugere que se abram estudos urgentes para analisar que diabos de “socialismo”  foi este onde as empresas prosperaram e os bancos entupiram-se de dinheiro, em que nem mesmo um dedal de costura foi socializado e a polícia estatal, ao contrário da KGB e de Statsi, perseguiram não os inimigos, mas os amigos do Estado.

Bolsonaro, ainda em cima do palanque, nada anunciou senão o que diz serem suas intenções. O que não é muito, para quem reduz os dramas da nação a medidas administrativas.

Ficou no chatíssimo “a nossa bandeira jamais será vermelha”. Aliás, com um bandeira de plástico deprimente.

Não houve uma palavra sobre os excluídos, sobre os desempregados, sobre os que ardem na miséria. Como não houve nenhuma sobre as relações injustas do mundo que atam nosso país no atraso.

A culpa dos desastres nacionais é a corrupção, a burocracia e os impostos.

Ordem econômica mundial, claro, é coisa de comunistas.

Não consigo lembrar, desde Sarney, alguém que tenha sido tão medíocre ao tomar posse. Mesmo Collor e Fernando Henrique foram mais substanciais.

Bem, hoje fica por conta dos fanáticos.

Amanhã já é governo e fica por conta de aventureiros e imbecis.

Como dizia Eduardo Cunha, Deus tenha piedade desta nação.