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Ao agir como militante de Trump, Eduardo queima pontes com os democratas

Bolsonaros acham que são amigos de Trump. Acham...
publicado 29/07/2020
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"Em menos de 100 dias, milhões de eleitores americanos decidirão quem comandará os EUA até janeiro de 2025, com políticos e diplomatas de todo o mundo observando a certa distância a disputa, hoje mais favorável ao democrata Joe Biden, vice-presidente no governo de Barack Obama. Sem a mesma cautela, o governo brasileiro intensificou seu apoio à reeleição de Donald Trump, mesmo diante do risco do isolamento político no caso de vitória da oposição, apontam diplomatas e especialistas ouvidos pelo Globo", aponta o jornal nesta quarta-feira 29/VII.

Nesta semana, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou nas redes sociais um vídeo da campanha de Trump cheio de críticas aos democratas. Horas depois, foi rebatido pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, Eliot Engel, que classificou a postura de Eduardo de “vergonhosa e inaceitável”. Engel ainda pediu que “a família Bolsonaro precisa ficar fora da eleição americana”.

Diplomatas e especialistas em relações internacionais ouvidos pelo Globo viram a iniciativa de Eduardo com estranheza e apontaram riscos nessa aposta. Segundo o ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa, esse apoio não necessariamente é bem-vindo, já que Trump até vetou a entrada de brasileiros nos EUA. "Me ocorreram duas coisas sobre o episódio: primeiro que o apoio acabou sendo um 'fogo amigo': Bolsonaro não é muito próximo de Trump, a própria campanha de Trump não quer que ele se aproxime. A outra é que, na visão americana, os países não têm amigos, têm interesses. O fato de ser amigo do Trump não quer dizer que você esteja acima de tudo", disse.

Já Carlos Augusto Poggio, professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), fez um alerta: "esse caso confirma uma coisa que digo há tempos: o governo Bolsonaro queimou pontes com os democratas. Você precisa contar com algum apoio no Congresso (americano). É algo inédito nas relações entre Brasil e EUA. Eduardo Bolsonaro não compreende o papel dele (...), ainda acha que é um militante de redes sociais", declarou.