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Tiririca: preconceito deles é contra pobre também

"Cheguei aqui e achavam que só seria palhaçada e com o tempo viram que não é por aí"
publicado 17/10/2014
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Do iG:


Tiririca sobre preconceito: 'Não é só contra o Nordeste, é contra pobre também'



(...)


Como o senhor analisa essa onda de preconceito contra nordestinos em função das eleições?

Tiririca - Para mim não atingiu nada, não. Na rua, e fizemos muitas caminhadas, não sofri com esse tipo de coisa.


Mas nas redes sociais houve muitas mensagens e coisas desse tipo.

Tiririca - Não acompanhei. Se houve isso, é lamentável para a gente que é nordestino. Fico triste, mas a gente sabe que existe. Não é só contra o nordeste, é contra pobre também. A gente lamenta. Não gosto de sofrer com esse tipo de coisa. Eu evito. Não quero nem ouvir e assim levamos a vida.


O senhor sentiu esse tipo de preconceito em algum momento na campanha?

Tiririca - Não. Não só na campanha, mas desde que comecei, lá com a Florentina, não sofri isso. Não sei se sou abençoado. Vim de lá e não senti isso. Não sei se é meu jeito. Fui bem recebido, São Paulo me adotou como filho e foi uma coisa linda. Diziam que era voto de protesto…


E não foi voto de protesto?

Tiririca - Acho que é protesto demais, não? Duas vezes? Acho que gostam do artista e do trabalho que fazemos aqui.


O senhor então rejeita o argumento do voto de protesto?

Tiririca - Totalmente. Não existe isso. Fui para as ruas, falei com as pessoas. Não sofri rejeição graças a Deus. Tenho de agradecer a Deus e ao povo de São Paulo e aos nordestinos que vivem em São Paulo. Um milhão de votos, pela segunda vez! Isso é a coisa mais linda. Se é protesto que venha, mas acho que é pelo trabalho que fiz. O sucesso não subiu à cabeça. E olha, sem prometer nada para ninguém, ter um milhão de votos, isso é lindo. Não fiz campanha prometendo nada.


O Roberto Carlos entrou na Justiça para tirar do ar uma de suas peças do horário eleitoral, como é que o senhor recebeu essa ação dele?

Tiririca - Não foi o Roberto Carlos, foi a gravadora dele. Não sei se ele chegou a ver, sei que não foi ele (que entrou com a ação), mas ser processado pelo Roberto Carlos é lindo. Na audiência eu ia ficar ali ao lado dele sentado agradecendo a chance. Mas está certo, tem de pagar direitos autorais. Mas até agora não chegou nada oficialmente para mim.


Durante o primeiro mandato, o senhor concentrou sua atuação com projetos voltados para artistas circenses, não conseguiu aprovar nenhum projeto, mas…

Tiririca - É bom que as pessoas saibam que dos 513 deputados aqui da Casa, só 23 conseguiram aprovar projetos. E agora vamos correr para outros lados, para outras coisas. Não vou deixar de lado os projetos voltados para os artistas de circo, mas vou ampliar. E quanto a aprovar, é algo que não depende só da gente. São 513 deputados, eu, um palhaço de circo, sou reeleito porque fui profissional. Marco, estou aqui. Votação, tudo. Não é para aparecer, sou assim. Seja comercial que vou fazer, gravação… Sou muito sistemático.


Quais serão essas novas áreas que o senhor pretende atuar?

Tiririca - Vamos apresentar. Vou atirar para todos os lados.


O senhor desenvolveu uma relação muito cordial com o Romário e ele acaba de ser eleito senador. Isso inspira o senhor a tentar uma vaga no Senado?

Tiririca - Não, não penso nisso, mas ele foi fantástico. As pessoas reconheceram o trabalho dele aqui. Tenho de dar os parabéns para ele. Ele mostrou a que veio.


Depois dessa nova votação que o senhor teve, aumenta a responsabilidade nesse segundo mandato?

Tiririca - Não. A gente já tinha essa coisa. Já sabia. Fiz muita campanha na rua, muita. Quando você vai para a rua, você sabe o que as pessoas querem.


E o que elas querem? O que as pessoas te pediam nas ruas?

Tiririca - As pessoas mais agradecem, pedem para tirar foto, ou para dizer que tinham votado em mim e que votariam de novo. Por isso que não acredito nessa coisa de voto de protesto. Tinha gente que levava segurança para a gente, nas caminhadas. Que político consegue isso? Coisa linda. Um milhão de votos não é para todo mundo.


E como o senhor acha que deve lidar com essa coisa do preconceito?

Tiririca - Trabalho. Isso sempre vai existir. Cheguei aqui e achavam que só seria palhaçada e com o tempo viram que não é por aí. Sou um cara pé no chão. Não dei carteirada em ninguém, converso com todo mundo. Vou para mais quatro anos. Meu gabinete é o mais visitado. Recebo 150 pessoas por dias aqui nas terças e quartas-feiras.


E o que as pessoas querem?

Tiririca - Elas vêm agradecer, abençoar. Recebo pai de santo que vem dar passe, pastor… tem tudo.



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