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Reforma política: Fontana, Alckmin e OAB querem

Financiamento público exclusivo, lista flexível - não seria uma boa resposta às ruas ?
publicado 24/06/2013
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Ao anunciar o cancelamento do aumento dos pedágios nas estradas paulistas, o Governador Alckmin disse que embarcava para encontrar a Presidenta, quando pretendia defender a reforma política.

Nesta manhã de segunda-feira, a OAB realiza em Brasília uma reunião para recolher assinaturas em defesa de uma reforma política.

A CNBB, no mesmo ato, defendeu também.

A proposta da OAB é de fazer tremer a Big House, o PSDB e o PMDB: zero de financiamento de empresa.

As pessoas físicas só podem doar até um salário mínimo.

O Cerra vai ter um troço !

Neste evento, falou o deputado Henrique Fontana, que conversou por telefone com o ansioso blogueiro.

Que tal a ideia que passou a correr em Brasília sobre a convocação de uma Constituinte exclusiva para deliberar sobre a reforma política?

Disse Fontana (a transcrição não é literal):

- Antes de convocar uma Constituinte, aprovar a reforma na Câmara.

- Até 7 de outubro -  prazo para que as mudanças entrem em vigor ano que vem – são três meses, há tempo suficiente para o Congresso votar: “três meses é uma eternidade”, disse Fontana. “O tempo parlamentar é político”.

- Se alguém for contra o financiamento público, suba à tribuna e defenda o Caixa Dois (pensou o ansioso blogueiro).

- Se o Congresso não votar até 7 de outubro, aí, Fontana concorda com uma Constituinte exclusiva para votar a reforma do sistema político e eleitoral.

- A Constituinte seria eleita em 2014, para trabalhar em 2015.

- Mas, mas, mas Fontana prefere que os constituintes sejam eleitos pelos critérios novos, ou seja, sem financiamento privado, de empresas.

- Se não for assim, a Constituinte virá com os mesmos defeitos de hoje …

- Se o Congresso não votar até 7 de outubro, Fontana entrará com outro projeto para, desde agora, fixar tetos de gastos para candidatos. Hoje, por exemplo, um candidato a deputado federal em São Paulo chega a gastar R$ 8 milhões !!! Poderia haver um teto de R$ 1 milhão, enquanto não sai o financiamento público
.

Qual é a essência do projeto do Fontana ?

1) financiamento público exclusivo;

2) voto em lista flexível – o partido escolhe, em voto secreto, a lista dos candidatos; o eleitor pode votar na lista ou num deputado; se votar na lista, os primeiros da lista serão eleitos;

3) fim da coligação para eleição de deputado e senador. Com isso, cada partido revela a força que de fato tem.


O Padim Cerra refutou o projeto do deputado Fontana.

O Cerra e o PSDB são a favor do voto distrital e do parlamentarismo, mecanismos que reforçam o poder da Big House, em prejuízo da soberania popular.

(O Cerra defende o parlamentarismo quando o Fernando Henrique não é presidente em regime presidencialista.)

Fontana refutou Cerra num artigo para o Estadão, que tinha acolhido o artigo de Cerra.

O Estadão censurou Fontana.

O Conversa Afiada abriu as portas para Fontana.

Essa proposta de financiamento público das campanhas eleitorais foi o que o PT e a CUT levaram para a Avenida Paulista.

Até que um democrático grupo de apartidários botou fogo e rasgou as faixas e as bandeiras da CUT e do PT.


Paulo Henrique Amorim