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Haddad não se surpreendeu. O Datafalha, sim

O petista pretende debater as questões da cidade, alegando que foi “a única candidatura que apresentou um plano de governo”.
publicado 08/10/2012
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O Conversa Afiada reproduz post do Viomundo, do Luiz Carlos Azenha:


Haddad: “Para nós não foi exatamente uma surpresa”



por Luiz Carlos Azenha

Fui à entrevista concedida pelo petista Fernando Haddad logo depois que se confirmou que o segundo turno das eleições municipais em São Paulo será disputado entre ele e o tucano José Serra.

Compareceram quatro ministros: Aloizio Mercadante, Marta Suplicy, José Eduardo Cardozo e Alexandre Padilha. Um deles, em tese, será o candidato do partido ao governo paulista, em 2014.

Haddad disse que o tracking interno do PT — cujos resultados divergiam das pesquisas dos grandes institutos — previa que ele passaria ao segundo turno (na pesquisa final do Datafolha, divulgada sábado, Serra estava na dianteira com 28%, Russomano tinha 27% e Haddad 24%).

Os dois últimos números do Datafolha não se confirmaram — e  fora da margem de erro, que era de mais ou menos 2 pontos percentuais.

A presença de Russomano em segundo lugar numa pesquisa amplamente divulgada poderia, em tese, evitar que eleitores indecisos trocassem Russomano por Haddad, especialmente aqueles que buscavam derrotar o candidato da situação, José Serra.

Essa especulação não foi feita por Haddad, que disse na entrevista confiar em todos os institutos.

No entanto, as pesquisas chegaram a ser motivo de denúncia do coordenador-geral da campanha petista, Antonio Donato, à repórter Conceição Lemes, em Enquanto estiver na margem de erro eles não vão anunciar.

Na entrevista, Haddad focou no que, presumivelmente, será a linha da campanha de segundo turno: ele é o candidato de oposição ao prefeito Gilberto Kassab e, por associação, a José Serra.

O petista disse que pretende debater as questões da cidade, alegando que foi “a única candidatura que apresentou um plano de governo”.

Outro ponto relevante da entrevista foi no tratamento dado por ele ao julgamento do mensalão, que terá sua fase decisiva esta semana, com a possível condenação do assim chamado “núcleo político”, envolvendo o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

Inquirido sobre se estava preparado para enfrentar o debate, Haddad lembrou que foi um tema recorrente durante a campanha do primeiro turno. “Quem aguentou as perguntas que vocês fizeram durante 45 dias, aguenta mais 21 dias”, brincou com os jornalistas.

“O povo de São Paulo saiu muito prejudicado com esse cancelamento”, afirmou, ao falar da não realização de debates nas principais emissoras comerciais da cidade, a Globo e a Record.

No final, Haddad fez uma defesa firme do papel do PT na democracia brasileira. Um argumento que poderá se revivido mais adiante, especialmente se a mídia tentar confundir a condenação de alguns petistas com a condenação de todo um partido, “de mais de um milhão de filiados”, lembrou o candidato petista.  Se os eleitores entenderem que o PT está sendo tratado injustamente, Haddad pode até ganhar alguns votos com este discurso.



Clique aqui para ler "Datafalha: Haddad vence 2º Turno. O que dirá agora ?".


Em tempo: é para isso que servem os bons repórteres, como o Azenha - que, no entanto, jamais chegará a ser um Cassio Seabra. Azenha observou que manter o Russomano empatado, lá em cima, poderia ter o papel de segurar o eleitor do Russomano até o fim, e impedir uma migração para o Haddad. Como se viu, a queda do Russomano beneficiou mais o Haddad.