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Mega-PAC: Dilma recria empresa que FHC fechou

O Geipot tinha sido afogado numa banheira e o FHC transformou as ferrovias brasileiras num monte de ferro velho.
publicado 16/08/2012
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Saiu no Valor:

União recria o 'velho' Geipot



Cláudia Safatle | De Brasília

No pacote de concessões de rodovias e ferrovias, anunciado ontem, foi recriada a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, o velho Geipot, agora com novo nome: Empresa de Planejamento e Logística. A medida é fruto da constatação de que não há projetos factíveis, bem feitos, viáveis e que tenham uma visão ampla de logística, e que essa é uma das razões para o enorme atraso nos investimentos públicos.

O Geipot foi criado em 1965, por sugestão de um acordo de assistência técnica entre o governo do Brasil e o Banco Mundial, para formular, orientar, coordenar e executar a política nacional de transportes nos seus diversos modais, assim como para executar e coordenar os estudos e pesquisas sobre o setor. Tinha, em suas prateleiras, inúmeros projetos e um grande acervo de informações.

A empresa entrou em processo de liquidação em 2002, num período que imaginava-se transferir ao setor privado não só as rodovias e ferrovias, mas a concepção da malha de transportes do país. Suas funções foram substituídas parcialmente pelas agências reguladoras, mas não se conseguiu, nas licitações, que os projetos fossem bem feitos. O antigo Geipot tinha lá seus problemas, mas sua liquidação não foi, na visão deste governo, a melhor solução.

Navalha

O Farol de Alexandria, que iluminava a Antiguidade e sumiu num terremoto (a eleição de Lula em 2002), fechou o Geipot, porque, deduz-se do texto acima, ia transferir para os danieis dantas as rodovias, as ferrovias, a Petrobrax, a Baia de Ganabara e a Serra do Mar.

Vender como o Cerra mandou vender a Vale do Rio Doce – veja o vídeo insofismável em que o Farol diz que vendeu a Vale por sugestão do Cerra, esse que, hoje, se abriga em igrejas.

Como observou Saul Leblon, na Carta Maior, ao traçar o necrológio do Farol, o objetivo era reduzir o tamanho do Estado de tal forma que fosse possível afogá-lo numa banheira, como pretendia aquele assessor do Ronald Reagan.

E eles ainda chamam as concessões da Dilma de privatização – por causa do Bernardo.

Os danieis sabem a diferença.

Agora, tem Empresa Brasileira de Logística.

Antes, o Geipot tinha sido afogado numa banheira e o FHC conseguiu transformar as ferrovias brasileiras num monte de ferro velho.

Só a venda da FEPASA, em São Paulo, merecia uma boa CPI.

 




Paulo Henrique Amorim


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