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Palocci é o maior aliado dos verdentreguistas

Lembra, amigo navegante, daquele passarinho que pousou na janela do meu hotel?
publicado 27/05/2011
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Lembra, amigo navegante, daquele passarinho lá de Brasília que pousou na janela do meu hotel e contou que o Nelson Johnbim quer ser o Armando Falcão e o Palocci pensa que é o Golbery ?

Lembra ?

Pois é.

O passarinho fez um vôo trans-estadual e pousou na janela da minha casa, aqui em São Paulo.

Sabe o que ele me contou ?

Que, quando estourou o escândalo do Palocci (bastava ele contar quem são os fregueses e que serviços lhes vendeu) e ficou evidente que o Palocci tinha as pernas quebradas, sabe, amigo navegante, quem ficou mais consternado ?

O pessoal do verdentreguismo.

Ficaram desolados.

Tristes, cabisbaixos, como se a Blá-blárina tivesse perdido o xale.

Por que, amigo navegante ?

Porque o Tony Palocci é o maior aliado dos verdentreguistas na luta pelo Código Florestal.

O amigo navegante há de se lembrar que o Tony se ofereceu ao embaixador americano para aprovar a ALCA, contra a política do Presidente Lula e de seu grande chanceler Celso Amorim.

Pois, não é que o Palocci dizia aos verdentreguistas que eles tinham razão ?

Que a pressão que vinha do estrangeiro era muito forte !

O exterior !

O estrangeiro !, bradava ele, com aquela pronúncia clara e escorreita.

O Palocci morria de medo daquelas faixas do Greenpeace, da WWF, essas organizações tão brasileiras quanto as seringueiras do Acre.

O Brasil não aguenta essa pressão que vem do exterior !

O Governo não resiste a uma faixa daquelas do Greenpeace – Dilma é desmatadora !

O exterior é muito poderoso !

E os verdentreguistas concordavam entusiasmados !

Um aliado de peso !

O Código tem que ser verdentreguista: o Brasil não pode plantar soja, cana, milho, nem criar um porquinho na beira do rio.

O Brasil se torna uma gigantesca floresta e compra comida dos americanos !

Sim, bradavam os verdentreguistas ameaçadores !

Portanto, concluiu o passarinho, temos aí outro traço da personalidade deste grande empresário do setor imobiliário: o Tony se nutre daquele sentimento provincial, colonial do complexo de inferioridade.

Logo ele, sentado ali, na naquela gigantesca cadeira da Casa Civil.

Logo ali !

Ele é de um tipo muito encontradiço em São Paulo, onde a elite é monumentalmente provinciana, colonizada.

Mora nos trópicos e pensa que vive em Milão.

O novo-rico Antonio Palocci Filho entra como uma luva na elite de São Paulo: prostrar-se diante do “estrangeiro” humilde e solícito.

Se fosse possível conhecer a lista dos seus fregueses, provavelmente se confirmaria que Tony com eles se identifica no patrimônio e na alma.


Paulo Henrique Amorim