Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / 2011 / 05 / 08 / Sachs: políticos, empresas e suborno. Cf: Castelo de Areia e Satiagraha

Sachs: políticos, empresas e suborno. Cf: Castelo de Areia e Satiagraha

Jeffrey Sachs escreveu no Estadão de hoje artigo importante: “A onda global de crimes corporativos”
publicado 08/05/2011
Comments

Jeffrey Sachs escreveu na pág. 22 do Estadão de hoje artigo importante:


“A onda global de crimes corporativos”



“Nos países desenvolvidos, a ligação cada vez maior entre políticos e grandes empresas causa uma rotina de subornos, fraudes e negociatas de dar inveja às nações mais pobres”


“O que mais se vê é a impunidade”


“As multas nunca passam de uma pequena fração do lucro obtido de maneira questionável”.

Sachs chama a atenção para o comportamento do ex-vice-presidente americano, Dick Cheney, que presidiu a Haliburton, foi para o Governo Bush, e a Haliburton subornou funcionários do governo nigeriano para abrir o petróleo.

Condenada, a Haliburton pagou multa ínfima.

E Cheney ?

Nada !

Diz Sachs:

“A explosão (!) de corrupção – nos EUA, na Europa, na China, Índia, África, Brasil ...” se deve principalmente a dois motivos:

“As empresas são agora multinacionais (Alstom, por exemplo – PHA), enquanto os governos permanecem presos ao âmbito nacional ...”


Segundo, “porque as empresas são as principais financiadoras das campanhas políticas ...”


“A corrupção prospera na sombra, mas, hoje em dia, um volume cada vez maior de informações vem à luz por meio de e-mail e blogs (!!! – PHA )... “


“Precisaremos iluminar os cantos sombrios das finanças internacionais, em especial lugares como Ilhas Cayman (alô, alô, Amaury !) e os bancos suíços suspeitos ... “

Navalha
Jeffrey Sachs é um dos maiores economistas do mundo.

Porém, ele não trabalha para banco.

Por isso,  não costuma ser herói do PiG (*).

Ela opera em outro campo.

Foi ele quem desenhou as Metas do Milênio da ONU, para acelerar o progresso social.

(O Brasil se antecipou a todas, apesar do PiG (*)).

Este ansioso blogueiro era correspondente em Nova York, quando seu patrão, um dos filhos de Roberto Marinho o convidou para almoçar, num domingo ensolarado no restaurante Harry Cipriani, na Quinta Avenida, em frente ao Hotel Plaza.

Eis que de repente chegam o Carlinhos Rodemburgo (espécie de gazua de Daniel Dantas) e ele próprio, Daniel Dantas, o passador de bola apanhado ato de passar bola.

O passador ficou pouco tempo.

Avisou que tinha que ir a Boston, à Universidade de Harvard, para fazer uma consulta ao professor Jeffrey Sachs.

O almoço dominical se estendeu.

Na sobremesa, chega Dantas de volta, a dizer que a entrevista com Sachs tinha sido muito produtiva.

Certamente, Dantas não aprendeu com Sachs como aliviar a pobreza do mundo.

Mas, ele sabe quem Sachs é.

E sabe que isso o que Sachs disse hoje no Estadão enrola o estômago de todo cidadão de uma República -  neste domingo, na hora do almoço.

Dantas quer calar esse ansioso com mais de uma dezena de ações judiciais – uma cópia da outra.

(Breve ele receberá a conta dessa patranha.)

Ele está, lá, inteiro, de corpo e alma, na Satiagraha, que o corajoso Ministro Gilson Dipp começa a tornar exequível.

Dantas tem um encontro marcado com o Ministro Joaquim Barbosa, no mensalão, como demonstrou a Carta Capital, quando desmascarou uma reportagem de Época que tentou salvar a pele de Dantas.

A Satiagraha e a Castelo de Areia – cujo sepultamento equivaleu a impedir que rico seja, sequer, investigado – mostram à exaustão como, no Brasil, se unem os grandes e empresários às campanhas políticas.

O Aloysio 300 mil, por exemplo, deve rezar todas as noites para o Supremo não ressuscitar – como é perfeitamente possível, se o Procurador Geral Roberto Gurgel andar rápido - a Castelo de Areia.

Com a Satiagraha ou sem a Satiagraha, Dantas tem um encontro  marcado com a Lei.

E com esse ansioso blogueiro, que gostou muito de ouvir o que ouviu naquele almoço no Harry Cipriani.

Ele entende por que as Organizações (?) Globo peguem o passador de bola tão leve.


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.